O Twitter perdeu cerca de 5 mil milhões de dólares em valor de mercado esta segunda-feira, depois de ter suspendido a conta do Presidente cessante dos EUA, Donald Trump, de forma definitiva , preocupando os investidores quanto a futuras regulações impostas às redes sociais.
Na sexta-feira, o Twitter decidiu suspender a conta de Trump, que conta com 88 milhões de seguidores, devido ao risco de mais violência no seguimento da invasão do Capitólio por apoiantes do republicano.
Para além das críticas de alguns membros do Partido Republicano, que vieram defender o direito do Presidente dos EUA à liberdade de expressão, na União Europeia, o comissário Thierry Breton declarou que os acontecimentos podem bem marcar o início de uma nova era com mais controlo oficial sobre as redes sociais.
Com a decisão do Twitter, os investidores temem que a rede passe a estar sujeita a mais regulação que os seus rivais Facebook e Alphabet (dona da Google e do YouTube).
Outras redes sociais como o Facebook também decidiram suspender as contas de Trump no seguimento da invasão de 6 de janeiro, dia em que o Congresso confirmou a eleição de Joe Biden como 46.º Presidente dos EUA. Contudo, apenas o Twitter viu as suas ações desvalorizar 12% após a tomada de posição.
Também esta segunda-feira, a polícia de São Francisco disse estar a preparar-se para um possível protesto pró-Trump em frente à sede do Twitter durante o dia.
Em comunicado, o departamento da polícia disse estar "informado da possibilidade de uma manifestação" e garantiu que tem "recursos suficientes para responder" a qualquer desacato.
O futuro das redes
Esta foi a primeira vez que o Twitter suspendeu a conta de um chefe de Estado, levando alguns legisladores republicanos a acusarem a empresa tecnológica de querer calar as vozes conservadoras.
Na sequência da invasão do capitólio federal incitada por Trump, a Apple, a Alphabet e a Amazon também suspenderam a Parler, uma app pró-Trump que estaria a ser usada para preparar mais atos de violência após a derrota do republicano nas pressidenciais de novembro.
"Estes passos, quer os consideremos justificados ou não, podem bem levar as redes sociais a perder mais utilizadores se se tornarem árbitros do que é considerado politicamente correto ou aceitável", diz Micael Hewson, analista da CMC Markets UK.
De acordo com os media norte-americanos, Biden, que tomasse posse a 20 de janeiro, é crítico da "imensa arrogância" dos magnatas do setor tecnológico e os analistas preveem, por sua vez, que nos próximos quatro anos haverá mais passos legais para controlar o poder das redes sociais.
Segundo Breton, comissário europeu do Mercado Interno, as alteraçõs regulatórias poderão provar-se comparáveis à mudança de paradigma global registada após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
"O facto é que um CEO pode desligar
EU Commissioner Breton said the sea change in regulation may prove comparable to the global crackdown on terrorism after the attacks of Sept. 11, 2001. "The fact that a CEO can pull the plug on POTUS's loudspeaker without any checks and balances is perplexing," he wrote in a column for Politico.
"It is not only confirmation of the power of these platforms, but it also displays deep weaknesses in the way our society is organized in the digital space."