A Ordem dos Médicos Veterinários vai doar entre 400 e 600 animais para repovoar os efetivos pecuários das zonas mais afetadas pelos trágicos incêndios na região Centro.
Os protocolos entre as câmaras municipais e juntas de freguesia dos concelhos de Pedrógão Grande, Oliveira do Hospital, Tondela, Santa Comba Dão, Mortágua e Penacova prevêem um investimento de 26 mil euros para compensar os prejuízos dos pequenos e médios produtores. O dinheiro resulta da verba angariada recolhida pela conta bancária solidária da Ordem.
"Conseguimos cerca de 50 mil euros, logo a seguir à tragédia, e aplicámo-los de imediato na ajuda de emergência aos produtores, desde logo nas rações", explica à Renascença o bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid.
"Agora, o objetivo é iniciar a reposição de animais para retomar o sustento dos pequenos e médios produtores afetados. Estamos a falar de perdas da ordem dos 8.000 animais ruminantes na zona da Serra da Estrela e de 1.600 ovinos na região de Viseu", acrescenta Cid.
Além da recuperação dos animais, "esta iniciativa visa também a reedificação de zonas de acolhimento para estes animais, uma vez que algumas das explorações agrícolas ficaram totalmente destruídas".
Uma questão de equilíbrio emocional
O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários admite que "há situações muito particulares, sobretudo nos ovinos da Serra da Estrela, que são extremamente importantes para a economia regional".
Mas, mais do que isso, são importantes para os próprios produtores "do ponto de vista do equilíbrio emocional e psicológico", porque trata-se de pessoas "já com uma certa idade que, se não tiverem os seus animais, perdem as suas atividades que as ajudam a sentirem-se vivas", conclui.