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Cerca de 42 mil jovens participaram entre setembro de 2020 e julho deste ano nas atividades do Dia da Defesa Nacional, registando-se apenas três casos positivos à Covid-19 que não geraram surtos, segundo dados do Governo.
"Desde o reinício do Dia da Defesa Nacional (em tempo de pandemia), a 2 de setembro de 2020, até à data de 22 de julho de 2021, cumpriram o seu dever militar 47.260 jovens. Destes, apenas foram reportados, pelas entidades competentes, três casos que testaram positivo à Covid-19 em diferentes centros, dos quais nunca resultou nenhum surto associado à presença dos jovens no DDN", assegura o ministério da Defesa.
Estes dados constam numa resposta do ministério, datada de 30 de julho e disponível no site do parlamento, a uma pergunta dos deputados do Bloco de Esquerda sobre as medidas de proteção adotadas na presente fase da pandemia de Covid-19. No documento, o BE defende que se justificaria o prolongamento da suspensão do DDN tendo em conta que "implica a concentração de um elevado número de jovens, muitos deles ainda não inoculados contra a Covid-19".
Numa pergunta enviada no final de julho, o grupo parlamentar do PCP referiu no mesmo sentido que tem recebido "mensagens de preocupação relativamente às condições de segurança sanitária dos jovens chamados a participar no Dia da Defesa Nacional" e questionou quais as medidas especiais estão a ser tomadas para garantir as melhores condições de segurança.
De acordo com o ministério da Defesa, em apenas um dos casos, relativo a uma jovem que reportou positivo depois de ter participado no DDN em Monte Real, Leiria, "as autoridades da Proteção Civil determinaram o isolamento profilático e a testagem dos/as jovens que viajaram no autocarro com a jovem contaminada, não tendo qualquer dos/as jovens testado positivo".
Quanto às medidas adotadas, o ministério sublinha na resposta ao BE que desde que o DDN foi retomado são disponibilizados equipamentos de proteção como máscaras, termómetros e álcool-gel aos jovens que cumprem a atividade, bem como à empresa responsável pelo transporte até às unidades.
Na perspetiva do Governo, "todas as medidas adotadas têm vindo a permitir em segurança o normal funcionamento do DDN, em todas as unidades onde o mesmo decorre, estando garantidas as questões de distanciamento, higienização, proteção individual, em conformidade com o plano de contingência de cada um dos locais".
Foram estabelecidos "planos de contingência com novos percursos no interior das unidades militares com regras de higienização dos espaços a utilizar e a tipologia das atividades possíveis de realizar", indica o documento.
Os jovens são atualmente divididos em grupos de até 20, "acompanhados por um(a) militar divulgador(a)", participando nas atividades de forma rotativa.
O ministério salienta ainda que a forma como está estruturado o distanciamento entre os participantes permite identificar em qual dos grupos estes "estão inseridos ao longo do dia", sabendo "com exatidão" quais os jovens com quem tiveram contacto mais próximo.
"Tais situações são coordenadas com a Proteção Civil e Delegação Regional de Saúde" e os comandantes das unidades, adianta o ministério, sublinhando que o Dia da Defesa Nacional tem contribuído desde 2020 para o esclarecimento "sobre boas práticas e importância da vacinação no contexto da atual pandemia".
Interrompido vários meses entre 2020 e 2021 por causa da pandemia de covid-19, o Dia da Defesa Nacional foi retomado em maio e é uma atividade cívica de caráter obrigatório que visa sensibilizar os jovens que atingem a maioridade sobre a temática da Defesa Nacional e o papel das Forças Armadas.
A 17.ª edição do DDN abrange 89.584 jovens com mais de 18 anos, de 3 de maio a 17 de dezembro de 2021, em várias unidades militares do território continental e ilhas.
Atualmente decorre em Vendas Novas, Monte Real, Funchal, Gaia e Chaves. Mais de 1,2 milhões de jovens participou nesta iniciativa desde que foi criada, em 2004.