"Não haverá decisão final a ser tomada". Foi assim que Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, esclareceu que o assunto da entrada da Ucrânia na Aliança Atlântica não vai ficar resolvido na cimeira desta terça e quarta-feira, em Vilnius, apesar do país pedir um caminho claro para fazer parte da organização. O que vai ser decidido é um plano plurianual de assistência militar e laços políticos mais fortes, disse.
De acordo com o jornal Expresso, o dinamarquês que dirige a NATO desde 2014 afirmou que "as consultas" sobre a adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte "estão a decorrer". Para além disso, mostrou-se confiante que os aliados "concordarão com uma mensagem muito clara no que diz respeito à Ucrânia".
Stoltenberg declarou que os 31 aliados - nos quais agora se inclui a Finlândia, que vai participar pela primeira vez numa cimeira - vão tomar outras decisões sobre a Ucrânia, incluindo um plano plurianual de assistência militar para o país combater a invasão russa do seu território. O compromisso de investimento na defesa "mais ambicioso" deverá trazer um aumento de 8.3% nos gastos este ano, afirmou o secretário-geral, citado pelo site oficial da NATO.
Os países da NATO estão ainda a planear o estabelecimento de um novo conselho Ucrânia - NATO, para albergar conversações com Kiev, e devem abordar o assunto do caminho de entrada do país de leste na organização.
Mas a adesão da Ucrânia à NATO continua um tópico contencioso, com os Estados Unidos da América (EUA) e a Alemanha a mostrarem-se mais hesitantes. Joe Biden, presidente dos EUA, foi até bastante direto ao dizer que não quer tornar "fácil" a entrada de Kiev na Aliança Atlântica, enquanto Olaf Scholz, o chanceler alemão, pediu aos líderes dos países da NATO que olhem de forma "sóbria" para a candidatura da Ucrânia, solicitando que o foco em Vilnius esteja virado para a "prioridade absoluta" de fortalecer a capacidade de combate da Ucrânia.
Jens Stoltenberg lembrou ainda o tema da entrada da Suécia na Aliança, que deseja que aconteça "o mais cedo possível". Depois de meses a bloquear a entrada do país nórdico na NATO, Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, declarou que a adesão da Suécia depende dos países da União Europeia abrirem o caminho à entrada da Turquia na comunidade europeia.