A futura empresa de transportes metropolitanos do Porto, cuja criação foi aprovada esta sexta-feira pelos autarcas da região, vai integrar os Transportes Intermodais do Porto (TIP), que gerem o sistema de bilhética Andante, anunciou hoje o presidente da área metropolitana.
"De acordo com a lei, a criação da empresa metropolitana, tal como aconteceu em Lisboa com a OTLIS [Operadores de Transportes da Região de Lisboa], incorpora os TIP, na perspetiva de incorporar toda a gestão, como autoridade metropolitana, do transporte: rede e bilhética", disse aos jornalistas o presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP), Eduardo Vítor Rodrigues.
Assim, os transportes na região passarão a "ter uma gestão única, de âmbito metropolitano", mas mantendo "a autonomia de custos e de funcionamento" das empresas acionistas dos TIP em igual parte (33,3%): Metro do Porto, Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) e CP - Comboios de Portugal.
O também autarca de Gaia falava à margem da reunião do Conselho Metropolitano do Porto, que reúne os 17 autarcas da AMP, após a aprovação, por unanimidade, da criação da empresa.
"Isto legitima a Comissão Executiva para a encomenda e pagamento da revisão final dos estatutos e do estudo económico-financeiro, que depois será votado em setembro", disse o responsável metropolitano, apontando para "uma simultaneidade" entre a constituição da empresa e a sua entrada em funcionamento e o da nova rede metropolitana de autocarros, denominada UNIR, até 1 de novembro.
Quanto à entrada em funcionamento da UNIR, Eduardo Vítor Rodrigues disse que a transição entre operadores de transportes implica "uma gestão difícil, porque se está a contratar pessoas que estão, ao mesmo tempo, a trabalhar na empresa anterior [que perderá a concessão]", referindo-se ao caso dos motoristas.
"Vamos provavelmente ter uma situação que talvez, ao início, não esperássemos com esta intensidade. É que há, de facto, muita gente, muitos motoristas, que optam por ficar na empresa, entre aspas, que perdeu o concurso, na perspetiva de uma nova área de funcionamento daquela empresa, que é o turismo", explicou.
Porém, "é uma opção dos trabalhadores" e "todos eles estão salvaguardados", reiterou o presidente da AMP, acrescentando que o trabalho que tem sido feito "com o envolvimento dos sindicatos" tem "corrido muito bem", e até ao momento não houve "nenhum problema".