“Com uma linguagem única”, e a encerrar a programação deste ano do projeto Litoral EmCena, “‘Karnaval’ é uma performance visual de teatro físico na tradição do palhaço branco, técnica delicada e requintada, que quase desapareceu nos dias de hoje”, revela a nota enviada à Renascença, pela Companhia AJAGATO.
A performance aborda “o mundo do carnaval, que invade as nossas vidas e que existe paralelamente ao nosso”, um mundo que se “transforma noutro diferente e que o espetador é capaz de sentir”.
Com várias linhas de perceção, de acordo com a forma de ser e sentir de cada espetador, "Karnaval", já passou pelos palcos da Estónia, Eslovénia, Rússia e Bielorrússia e pelo Festival Internacional de Teatro "Belaya Vezha" (Brest, Bielorrússia), onde recebeu o prémio especial da crítica.
O trabalho desta companhia tem raízes nas tradições místicas do carnaval e há mais de um quarto de século, que a "Giraffe Royal" trabalha no género de teatro visual. “No cerne do método criativo está o estudo profundo do palhaço, do folclore, da pantomima, da dança ritual e do teatro de rua”, indicam os promotores.
O seu percurso passa, entre outras cidades, por Paris, Londres, São Petersburgo ou Moscovo, onde colaboraram com estrelas internacionais como Terry Giliyam, Slava Polunin, Anton Adasinsky, Andron Konchalovsky, Shusaku Takeuchi entre muitos outros.
Receberam vários prémios pelo seu trabalho, nomeadamente no festival de cinema de Berlim "Golden Bear" e o primeiro prémio no concurso de balé russo em Moscovo.
Em Portugal, o espetáculo vai ser apresentado no Auditório do Centro de Artes de Sines, no dia 9, seguindo-se o Auditório da Escola Secundária Padre António Macedo, em Vila Nova de Santo André, no dia 10, e, por fim, no Auditório Municipal António Chainho, em Santiago do Cacém, no dia 11, sempre às 21h30.
A realização do espetáculo decorre de acordo com as orientações da Direção-Geral de Saúde em vigor.
Litoral EmCena para descentralizar a cultura
O Litoral EmCena é um projeto intermunicipal promovido pela AJAGATO – Grupo de Teatro de Santo André, em parceria com as Câmaras Municipais de Santiago do Cacém e de Sines, com o apoio do programa regional Alentejo 2020.
A programação foi preparada para um festival de longa duração, “com uma grande variedade de linguagens artísticas e estéticas”, que tem como objetivos “o desenvolvimento de fluxos de público para o teatro e a projeção da região alargada como centro de criação, pesquisa e divulgação teatral”.
O ano de 2021 saldou-se pela apresentação de meia centena de espetáculos, por 13 companhias de teatro que, entre maio e dezembro, passaram, e ainda vão passar, por Vila Nova de Santo André, Santiago do Cacém e Sines, sem esquecer algumas localidades rurais do interior destes concelhos.
Teatro em sala e na rua, exposições, workshops e masterclasses fazem parte de uma programação “geralmente apenas reservada a grandes salas de espetáculo das maiores cidades do país”, contribuindo assim também “para uma descentralização da cultura e para combater desigualdades territoriais de acesso à cultura”, indica a AJAGATO.