Covid-19: Bastonário alerta para "fiabilidade muito baixa" dos autotestes
23-12-2021 - 13:22
 • Lusa

Miguel Guimarães sublinha a importância de os testes serem feitos por profissionais habilitados.

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O bastonário da Ordem dos Médicos alerta para o que diz ser a ineficácia dos autotestes à covid-19. Miguel Guimarães apela às autoridades de saúde que recomendem a realização de testes de antigénio rápido nas 24 horas anteriores ao acontecimento relacionado.

"Atenção que os autotestes... a fiabilidade é muito baixa", frisa Miguel Guimarães, em declarações à agência Lusa, recordando que já "há vários estudos sobre isso".

A Ordem não pode, por isso, recomendar os autotestes. "Os testes de antigénio rápido, sim [os autotestes também são de antigénio rápido], mas feitos por quem sabe fazer, que é para eles serem, de facto, fiáveis, porque senão estamos a fazer de conta que estamos a fazer testes e os testes não servem para nada e estão a gastar dinheiro inutilmente", realça.

O bastonário sublinha a importância de os testes serem feitos por profissionais habilitados.

"Testes de antigénio rápido nas últimas 24 horas"

Simultaneamente, salienta, "é fundamental que os testes de antigénio rápido sejam feitos nas últimas 24 horas", ou seja, apenas um dia antes do acontecimento a que dizem respeito. Isto porque a Ómicron é "uma variante muito mais infeciosa", justifica o médico.

"A recomendação devia passar também por aí. Não é 72 horas antes, ou 48", reforçou. "Fazer uma recomendação para as pessoas fazerem o teste nas 24 horas anteriores acho que era importante, apelou.

Por outro lado, é necessário reforçar a disponibilidade de testes. "Houve, e está a haver, alguma falta de testes em Portugal", admitiu. "Está a ser difícil fazer testes porque os testes não foram encomendados atempadamente", apontou.

"Vamos ter de aumentar a disponibilidade. Esta disponibilidade pode ser aumentada para vários locais, e até pode ser aumentada, eventualmente, para outro tipo de centros, que possam também fazer testes, para além das farmácias", admite o bastonário, ainda que considerando que as farmácias são a "arma principal" para os testes, porque "existem em todo o lugar" e "ficam perto das pessoas".

A questão é assegurar que elas estão "bem apetrechadas" e também que a Associação Nacional de Farmácias faça "uma pressãozinha" para as convencer a aderir à realização de testes, porque "a questão também é esta".

Miguel Guimarães entende que o aumento de testes gratuitos à covid-19 para seis por pessoa "pode ser pouco" e defendeu que "o Governo devia comparticipar os testes todos que fossem necessários fazer neste momento", lembrando, desde logo, que "há muita gente" que não tem capacidade económica para custear testes e "também tem direito à sua festa de Natal".

Nas situações definidas na resolução saída do Conselho de Ministros de dia 16 de dezembro, para aceder a atividades ou estabelecimentos para os quais passa a ser exigido um teste Covid-19 negativo, serão aceites autotestes, desde que feitos no local mediante supervisão. A medida vigora até 2 de janeiro, informou o Ministério da Saúde nesta quinta-feira.