Para evitar o descontrolo da pandemia no próximo Outono, a Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública defende a contratação urgente de profissionais que possam fazer o rastreio de contactos dos doentes com Covid-19.
“Haver recursos que estejam dedicados a esta questão do rastreio dos contactos é fundamental, até para evitarmos situações análogas às que vivemos, por exemplo, aqui na periferia de Lisboa, em que tivemos muita dificuldade em empurrar os números para baixo durante longas semanas”, defende o presidente da associação.
Em declarações à Renascença, Ricardo Mexia sublinha que o ideal seria contratar médicos, enfermeiros e técnicos de saúde ambiental, “que faltam em todas as unidades”.
“Mas esses recursos não estão disponíveis, porque temos uma grande escassez deles. Agora, por exemplo, ao rastreio de contactos, profissionais que tenham a capacidade de contactar as pessoas que estão em isolamento em casa e avaliar se houve uma evolução da situação, se entretanto desenvolveram sintomas, seguramente são profissionais que não precisam de uma diferenciação particularmente grande, se estiverem sob a coordenação das unidades de saúde pública”, defende.
Na opinião de Ricardo Mexia, não há razão para o país não se preparar já para o que vem.
“Em fevereiro, se calhar nenhum país estaria preparado, mas passados estes meses era importante que a nossa resposta estivesse montada, particularmente para um Inverno que a maioria das pessoas considera que não vai ser particularmente fácil, atendendo à pandemia enxertada na já habitual maior circulação das doenças respiratórias”, sustenta.
Segundo o último boletim da Direção-Geral de Saúde (DGS), Portugal conta 1.786 mortos associados à Covid-19, em 54.701 casos confirmados de infeção.