O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) acredita que o Governo está a fazer "chantagem" com os médicos portugueses, ao oferecer 2.800 euros brutos e casa de função a clínicos brasileiros que queiram trabalhar em centros de saúde onde há escassez de médicos de família.
Em declarações à Renascença, em reação à notícia desta sexta-feira do jornal "Público", o presidente do SIM, Jorge Roque da Cunha, afirma que "tudo indica" que o Governo está a fazer "chantagem" com esta proposta e sublinha que há médicos portugueses suficientes para trabalhar no Serviço Nacional de Saúde (SNS), desde que sejam criadas condições.
"Não faz qualquer sentido que o Governo português tente fazer essa chantagem com os médicos [portugueses]. Se criar condições para os médicos trabalharem no SNS, os médicos querem trabalhar no SNS, com o mínimo de condições", salienta o responsável pelo SIM.
A Administração Central do Sistema de Saúde oferece 2.863 euros por mês, seis euros diários de subsídio de refeição e uma "casa função" no local onde os clínicos brasileiros que se disponibilizem a trabalhar em centros de saúde com maior carência de médicos de família forem colocados. Os contratos terão a duração de três anos, em centros das regiões de Lisboa e Vale Tejo, Alentejo e Algarve. Carga horária de 40 horas semanais e contratados com direito a 22 dias úteis de férias.
Os médicos terão de ter "reconhecimento de qualificações estrangeiras em Portugal" e um mínimo de cinco anos de experiência.