Rio pede investigação do Ministério Público à venda do Novo Banco
24-07-2020 - 12:17
 • Lusa

Líder do PSD considera “altamente preocupante assistir à forma como têm sido geridos os dossiers da TAP e do Novo Banco”, numa altura em que os portugueses sofrem com os efeitos da pandemia de Covid-19.

O presidente do PSD avisou hoje que o Governo não tem margem para falhar e fez duras críticas à gestão dos ‘dossiers’ da TAP e do Novo Banco, sugerindo até uma investigação à venda desta instituição.

Na sua intervenção de fundo no debate do estado da nação, Rui Rio defendeu que, se o Governo não é responsável pela pandemia da covid-19, “é responsável pela resposta que estiver capaz de dar a esses efeitos”.

“Temos de ter consciência de que no estado em que se encontra a nossa dívida pública e o nosso endividamento externo, qualquer erro que o Governo cometa terá efeitos decisivos para o nosso futuro coletivo. Desta vez, não há margem para falhar, nem margem para adiar”, sustentou.

Por isso, Rio disse ser “altamente preocupante assistir à forma como têm sido geridos os dossiers da TAP e do Novo Banco”.

“Estamos perante dois monstros de proporções gigantescas em face da debilidade das nossas finanças públicas e da conjuntura económica e social que atravessamos”, avisou.

No caso concreto do Novo Banco, Rio voltou a criticar que o Governo entregue “milhões de euros” dos impostos dos portugueses a esta instituição bancária e reiterou suspeitas sobre as perdas registadas na venda de imóveis, em momento de alta do mercado imobiliário.

“Tudo isto que temos visto e ouvido é já suficiente para que o Ministério Público se possa debruçar sobre a forma como este contrato de venda do Novo Banco à Lone Star tem vindo a ser executado”, defendeu.

Já sobre a TAP, o presidente do PSD disse igualmente “temer o pior”.

“A TAP é uma empresa falida, por permanente acumulação de prejuízos. A TAP não foi capaz de apresentar um plano de negócios e a correspondente reestruturação. A TAP apenas pediu o dinheiro que entendeu, e o Governo decidiu de forma temerária entregar-lhe imediatamente mil milhões de euros”, criticou.

“Como eu sempre disse: sem plano credível, sem uma reestruturação devidamente negociada e sem um horizonte claramente definido, o Estado não devia entrar num negócio que tudo tem para ajudar o País a arruinar-se financeiramente”, defendeu, questionando que explicação dará o Governo “se daqui por um ano a TAP estiver de mão estendida a pedir mais uns largos milhões de euros aos portugueses?”.