O ministro da Educação confirmou esta quarta-feira no Parlamento que esta semana começam a chegar às escolas 15 mil computadores no âmbito do programa Escola Digital. O governante já tinha confirmado estes números em entrevista à Renascença na passada semana.
Foi a resposta de Tiago Brandão Rodrigues aos partidos da oposição, que voltaram a atacar o Governo pela falta de computadores, situação que continua a afastar alunos do ensino online.
O ministro contrapôs, alegando que “os computadores não estavam guardados num armazém, nem aqui nem na China. Não há ‘stock’, tiveram de ser feitos para cada encomenda, e isto é um problema mundial”.
O governante respondia ao deputado do PSD Luís Leite Ramos, que criticou o executivo por “multiplicar anúncios” enquanto 90% dos equipamentos ainda estão por atribuir.
A falta de computadores foi um tema recorrente na audição, que durou cerca de duas horas, e da direita à esquerda todos os partidos da oposição apontaram o dedo ao Ministério da Educação a esse respeito.
Da parte do Bloco de Esquerda, a deputada Joana Mortágua disse que a explicação dada pelo ministro ao PSD não justificava o incumprimento da promessa do primeiro-ministro, António Costa.
“Porque é que o senhor primeiro-ministro disse em abril, e a expressão é, “estou em condições de assegurar que todos os alunos terão computador no início do ano letivo”? O que é que aconteceu a essas condições que o primeiro-ministro tinha para assegurar uma promessa que não foi cumprida?”, questionou.
Sem responder diretamente, Tiago Brandão Rodrigues reiterou que os alunos mais vulneráveis, em particular aqueles que não têm condições para acompanhar o ensino ‘online’ em casa, podem e devem ir para as escolas de referência.
Além da falta de equipamentos para os alunos, a deputada do Partido Ecologista “Os Verdes” questionou o ministro sobre a disponibilização de computadores para os professores poderem trabalhar, mas Tiago Brandão Rodrigues explicou que não havendo em número suficiente para todos, os alunos mais vulneráveis foram a prioridade.
“Com os constrangimentos existentes quanto ao número de computadores, obviamente que os primeiros computadores que chegaram foram dados aos alunos com maior vulnerabilidade”, disse o ministro.