Portugal com 3.ª maior queda de horas de trabalho na UE
23-07-2021 - 18:22
 • Lusa

Em termos nacionais, Portugal registou a terceira maior queda juntamente com Itália, ambos com uma redução de 19% do número de horas de trabalho, apenas ultrapassados por Grécia (-19,7%) e Espanha (-19,5%).

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O número de horas de trabalho efetivo no emprego principal caiu 12% na União Europeia (UE) em 2020 face a 2019, devido a medidas como esquemas de desemprego temporário, com Portugal a registar a terceira maior queda.

Os dados foram divulgados esta sexta-feira pelo gabinete de estatísticas comunitário, o Eurostat, e revelam que, "em 2020, o número de horas de trabalho efetivo no emprego principal na UE diminuiu 12% quando comparado com 2019".

"Esta diminuição pode ser explicada pelas medidas tomadas em resposta à pandemia da Covid-19, que levou muitas pessoas a alternar entre períodos de trabalho e períodos de ausência do trabalho em 2020", explica o organismo, indicando que, "como resultado, mais pessoas trabalharam menos horas do que o habitual e estiveram ausentes dos seus empregos".

Em termos nacionais, Portugal registou a terceira maior queda juntamente com Itália, ambos com uma redução de 19% do número de horas de trabalho, apenas ultrapassados por Grécia (-19,7%) e Espanha (-19,5%).

Apesar de se ter verificado uma diminuição do número de horas de trabalho em todos os Estados-membros, os países da UE com menos mudanças nas horas trabalhadas (ou seja, com uma redução abaixo dos 5%) foram Finlândia (-4,4%), Dinamarca e Luxemburgo (ambos -4,1%) e Holanda (-3,2%).

De acordo com o Eurostat, no conjunto da UE, cerca de 26,9 milhões de pessoas empregadas informaram que tinham trabalhado menos do que o seu horário de trabalho habitual em 2020. Isto em comparação com 24,4 milhões de pessoas empregadas a trabalhar menos do que o seu horário de trabalho habitual em 2019.

A principal razão apontada pelo Eurostat para o aumento do número de pessoas a trabalhar menos horas do que o habitual em 2020 assenta, principalmente, sobre os esquemas de desemprego temporário, que passaram a abranger 3,9 milhões de pessoas em 2020 depois de meio milhão em 2019.

Devido à pandemia, foram várias as empresas a adotar por esta solução para preservar postos de trabalho mesmo com baixos níveis de atividade.

Além deste motivo, 5,8 milhões de pessoas trabalharam menos horas do que o habitual em 2020 por outras razões, como licença parental e licenças especiais ou educação e formação, contra 4,7 milhões em 2019, destaca o gabinete estatístico comunitário.

No mesmo período, o número de pessoas que trabalharam mais do que o seu horário habitual diminuiu, independentemente da razão para trabalharem mais.

Em concreto, o número de pessoas que trabalharam mais horas extraordinárias diminuiu de 7,3 milhões em 2019 para 5,8 milhões em 2020, com o número daqueles que trabalharam mais devido a horas variáveis a baixar para 4,7 milhões e o número daqueles que trabalharam mais por outras razões a cair para 2,3 milhões, adianta o Eurostat.