O marido de Isabel dos Santos diz que o ‘hacker’ português é o braço armado do "complot" por detrás do Luanda Leaks que junta ainda o presidente de Angola e o antigo vice-presidente, Manuel Vicente.
Sindika Dokolo reage à investigação do consórcio internacional de jornalistas, que em Portugal é integrado pelo “Expresso”. Segundo o semanário, durante seis meses, entre maio a novembro de 2017, no último terço do seu mandato à frente da Sonangol, Isabel dos Santos fez com que a petrolífera estatal angolana para a qual tinha sido nomeada pelo pai, quando José Eduardo dos Santos era ainda presidente de Angola, transferisse pelo menos 115 milhões de dólares de fundos públicos para o Dubai.
“Nós sabíamos que várias das nossas empresas tinham sido alvo de um ‘hacker’ português. Estes documentos foram guardados e estão, hoje, a ser instrumentalizados para controlar por completo os nossos bens no estrangeiro. Eles utilizam os órgãos de comunicação social para manipular a opinião dos governos”, disse o marido da empresária angolana em entrevista à RFI.
Nestas declarações, Sindika Dokolo também questiona o papel das autoridades de Angola neste processo. “É uma batalha que o regime pretende fazer em nome da luta contra a corrupção, mas ele não ataca os mandatários das empresas públicas acusados de desvio de fundos, ataca apenas uma família que opera no setor privado”, acusa.
Segundo o semanário, durante seis meses, entre maio a novembro de 2017, no último terço do seu mandato à frente da Sonangol, Isabel dos Santos fez com que a petrolífera estatal angolana para a qual tinha sido nomeada pelo pai, quando José Eduardo dos Santos era ainda presidente de Angola, transferisse pelo menos 115 milhões de dólares de fundos públicos para o Dubai.
Ainda segundo o Expresso, as verbas foram justificadas como pagamento de serviços de consultoria prestados à Sonangol. As transferências tiveram como destino uma conta bancária de uma companhia offshore, a Matter Business Solutions, controlada pelo principal advogado da empresária angolana, o português Jorge Brito Pereira, sócio da Uría Menéndez, o escritório de Proença de Carvalho.