O Presidente russo, Vladimir Putin, declarou esta quarta-feira lei marcial nas quatro regiões do leste da Ucrânia que Moscovo anexou no mês passado, dando poderes adicionais de emergência aos líderes pró-russos das regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporíjia.
Putin ainda não anunciou os passos que serão dados naquelas regiões no âmbito da lei marcial, mas o decreto que assinou confirma que esta entra em vigor amanhã, quinta-feira.
A decisão de Putin foi imediatamente aprovada pela câmara alta do Parlamento russo. A proposta de lei indica que poderão ser aplicadas restrições de movimento e de reunião, para além de reforçar a censura e dar mais poderes às agências responsáveis pela aplicação da lei.
Em esclarecimento, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, adiantou à agência noticiosa russa RIA que a Rússia não pretende fechar as fronteiras destas regiões com a Ucrânia.
Ainda não é certo que poderes adicionais terão os governadores das quatro regiões anexadas ao abrigo da lei marcial.
"Na atual situação, considero necessário dar poderes adicionais aos líderes de todas as regiões russas" no leste da Ucrânia, anunciou apenas Putin.
O líder russo também ordenou aos governos locais que criem um comité de coordenação para aumentar a interação entre as várias agências governamentais no contexto da guerra na Ucrânia, que Putin continua a classificar como uma "operação militar especial".
Entre outras medidas anunciadas esta quarta-feira após reunião do Conselho de Segurança russo, Putin avançou que os soldados russos mobilizados para as regiões fronteiriças com a Ucrânia receberão um subsídio mensal de pelo menos 195 mil rublos, cerca de 3.200 euros.