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“As chefias não dão o exemplo”, afirma Jacinto Lucas Pires. “Uma pessoa sente-se autorizada a aproveitar as regalias que tem se vir que os chefes também o fazem e que não vai ser mal visto dentro da empresa”, justifica, considerando que o exemplo tem de vir de cima e de todos.

Mas o problema não está na legislação, como revela o próprio estudo que vai ser divulgado nesta segunda-feira numa conferência organizada pela Associação Cristã de Empresários Católicos (ACEGE).

“É outro daqueles casos em que a lei existe, mas a cultura tem de mudar para estar á altura da lei”, diz Francisco Lucas Pires.

Henrique Raposo concorda: “as coisas não mudam pela lei, mudam pela cultura e um dos problemas em Portugal é cultural”. E também está de acordo com o facto de “as chefias serem o pior exemplo em Portugal”.

Henrique Raposo chama ainda atenção para ainda haver casos em que há mulheres a serem despedidas em Portugal por engravidarem.

No que diz respeito à redução de preço nos passes sociais, este comentador considera que, apesar da vertente eleitoralista, “é uma boa medida”.

“A minha questão é se é injusto para o resto do país”, ressalva, lembrando a reportagem da Renascença sobre os portugueses que também usam transportes públicos mas que, por viverem fora das grandes metrópoles, não beneficiam desta baixa.

Jacinto Lucas Pires não vê na medida qualquer cariz eleitoralista e recorda que foi o presidente da Câmara de Lisboa que “pôs o Governo contra a parede” para conseguir concretizar este objetivo.