A Deco Proteste recebeu mais de 144 mil reclamações nos primeiros seis meses do ano. São menos cerca de 5% relativamente ao mesmo período do ano passado.
A liderar a lista de queixas dos portugueses estão os setores das comunicações eletrónicas, dos bens de consumo e dos serviços financeiros (o que é já uma tendência), mas no que toca em concreto ao turismo, as queixas mais que duplicaram em relação ao ano passado.
“O número de queixas subiu muito face ao ano anterior. Neste momento, temos mais de 8. 000 queixas só neste setor. O que significa que o ano anterior nós tínhamos cerca de 3.000 e, portanto, mais que duplicou”, adianta a jurista da Deco.
Números que devem servir de alerta e que, no entender de Rita Rodrigues, podem ser explicados pelo facto de “os portugueses regressarem às viagens que tinham sido adiadas durante estes últimos anos”.
Segundo a responsável pelas relações institucionais da Deco, é importante não “deixar crescer estes números e, portanto, há aqui também um sinal de alerta que nós estamos a acompanhar de uma forma muito próxima para perceber como é que se conseguem resolver estas reclamações”.
A TAP mantém-se como a companhia mais reclamada com 828 queixas, mas além do transporte aéreo são vários os fatores que deixam a imagem do setor do turismo manchada.
“Continuamos a ter também muitas reclamações no que diz respeito aos vouchers, porque nós tivemos durante a pandemia a proibição de viajar e, portanto, houve uma série de viagens que tiveram que ser canceladas e houve depois emissão de vouchers”, explica Rita Rodrigues.
A jurista acrescenta que continuam a ter “um elevado número de reclamações de consumidores que, tendo optado por ter o voucher, ainda assim não conseguem neste momento utilizá-lo e, portanto, continua a pandemia continua a deixar rasto também neste sector”.
“Quando olhamos para as empresas estamos a falar no topo de transportadoras aéreas, mas neste item de reclamações nós também incluímos hotéis e, portanto, também a parte de hospedagem”, esclarece.
A Deco deixa ainda o apelo para que os consumidores não façam as reclamações através do telefone, mas sim por escrito para que a resposta seja mais rápida.
“Nós percebemos que os consumidores continuam a privilegiar o telefone como meio de reclamação e a verdade é que este não é o meio mais eficaz para a reclamação e, portanto, nós temos um grande volume de consumidores que nos contactam, que querem ser informados e que depois percebemos que não fazem a reclamação nem na nossa plataforma reclamar, nem através de email pedindo a nossa intervenção”, destaca.
“E isto é uma mensagem que é importante passar, porque do ponto de vista da prova, a reclamação escrita é sempre a melhor maneira de efetuar.”