Montenegro sublinha "papel insubstituível" da comunicação social na guerra contra a desinformação
19-12-2024 - 22:47
 • Pedro Mesquita

Os líderes europeus estão preocupados com guerra da desinformação, que chega pelas redes sociais e o tema foi debatido no Conselho Europeu. Na conferencia final, Luis Montenegro abordou o assunto e admitiu, na resposta a uma pergunta da Renascença, que vale a pena revisitar o papel insubstituível dos jornalistas.

Talvez a pensar na desinformação que obrigou recentemente à repetição da primeira volta das presidenciais romenas, os líderes europeus declaram-se oficialmente preocupados e chamaram o tema ao Conselho Europeu. Luís Montenegro disse esta quinta-feira aos jornalistas, no final do Conselho Europeu, em Bruxelas, que esta também é uma guerra.

“A guerra da desinformação, a guerra da utilização de instrumentos anómalos e de manipulação daquilo que aparece e cria a sua onda de divulgação nas redes sociais é uma matéria à qual a União Europeia e o Conselho darão seguramente uma ênfase muito grande nos próximos meses”, declarou.

A Renascença questionou o primeiro-ministro se não seria mais prudente os políticos comunicarem menos com os cidadãos através das redes sociais?

“Essa questão acho que dá pano para mangas, mas creio que é uma reflexão que vale a pena fazer. Vale a pena revisitar as formas de comunicação de todos. Vale a pena revisitar o papel insubstituível que a comunicação social, vamos chamar-lhe assim, tradicional, presta”, respondeu o chefe do executivo.

Vale a pena, portanto, fazer notícia desta declaração, até porque o Primeiro-Ministro já sentiu na pele literalmente as consequências da manipulação e da desinformação.

“Desde que sou primeiro-ministro, já apresentei salvo erro três queixas por abuso da minha imagem nas redes sociais e uma delas não é só da minha imagem. É da minha imagem e da minha voz”, respondeu Luís Montenegro.

“Eu fui confrontado com uma pessoa igual a mim, a promover um produto financeiro com a minha cara, com a minha roupa e com a minha voz. Efetivamente, acho que nós não podemos perder muito mais tempo a tentar encontrar respostas, se é que conseguimos”, argumentou.

Preocupações de Luís Montenegro, do próprio, sem qualquer manipulação, no final do Conselho Europeu.