Governo britânico preocupado com segunda vaga de infeções na Europa. “Não é só em Espanha”
30-07-2020 - 08:02
 • Sofia Freitas Moreira com agências

Londres está a avaliar formas de reduzir o tempo de quarentena para viajantes de Espanha, mas qualquer possível alteração não irá acontecer nos próximos dias.

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O secretário de Estado da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, admite estar preocupado com uma segunda vaga de infeções por Covid-19 na Europa e afirma que o Governo britânico não vai hesitar em repor medidas de contenção no país, caso seja necessário.

“Acho que é possível ver o aparecimento de uma segunda vaga pela Europa e nós temos de fazer tudo o que está ao nosso alcance para evitarmos que afete o nosso território”, disse Matt Hancock durante uma entrevista à Sky News, esta quinta-feira de manhã.

“Estamos preocupados com uma segunda vaga e não é só em Espanha. Há outros países onde o número de novos casos está a aumentar”, sublinhou.

Na semana passada, o Reino Unido voltou a impor um período de quarentena obrigatório, de 14 dias, para os viajantes provenientes de Espanha.

Durante a entrevista desta quinta-feira de manhã, Hancock referiu que o Governo britânico está a avaliar formas de reduzir o tempo de quarentena para pessoas que cheguem de Espanha, aumentando o número de testes, mas sublinha que a possível alteração não irá acontecer ao longo dos próximos dias.

“Estamos a avaliar se, ao testar as pessoas durante o período de quarentena, é seguro libertá-las desta obrigatoriedade mais cedo, mas não nos vamos pronunciar sobre isto tão cedo, pelo menos não enquanto for absolutamente seguro”, explicou.

Outros países europeus que costumam receber turistas britânicos ao longo do verão continuam isentos destas medidas, como é o caso de França. No entanto, segundo o secretário de Estado britânico, com a subida do número de infeções nestes territórios, existe a possibilidade de voltarem a estar sujeitos a medidas de contenção.

O Reino Unido tem o maior número oficial de mortes pelo novo coronavírus na Europa e o terceiro maior a nível mundial, atrás dos EUA e Brasil.

Porém, o número verdadeiro já ultrapassou os 55 mil, se forem contabilizados os casos cuja certidão de óbito tem referência à Covid-19, mas que não foram confirmados por teste, muitos dos quais em lares de idosos.

Entretanto, o governo britânico anunciou, na quarta-feira, ter assinado um acordo com as farmacêuticas GlaxoSmithKline e Sanofi Pasteur para a compra de 60 milhões de doses de uma potencial vacina contra o coronavírus a ser lançada no primeiro semestre do próximo ano.

Este é o quarto contrato que o governo britânico assinou para a aquisição de possíveis vacinas contra o novo coronavírus, tendo garantido até agora 250 milhões de doses.