A Diocese do Algarve vai assinar, esta quarta-feira, um acordo de cooperação para a dinamização do turismo religioso com entidades parceiras.
O protocolo será formalizado com o Instituto do Emprego e Formação Profissional, a Região de Turismo do Algarve, a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve.
À Renascença, o diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo, padre Miguel Neto, explica que este acordo vai “permitir que pessoas que estejam ligadas ao IEFP, desempregadas, possam colaborar, possam trabalhar, depois de receberem formação específica, para igrejas que precisem de estar abertas para visitas, para criação de percursos turísticos no interior do Algarve”.
Segundo o sacerdote, “vai haver uma ajuda económica para que esses postos de trabalho possam ser mantidos durante um certo período”, contando, depois, também “com a ajuda das autarquias, para que seja possível essa abertura e haja um desenvolvimento turístico nestas zonas”.
O diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo realça o património histórico e religioso do Algarve e adianta que o objetivo deste acordo de cooperação passa por “dar a potencialidade turística ao interior algarvio e, sobretudo, a potencialidade turística daquilo que são os monumentos, o interesse histórico e o património religioso do Algarve”.
“Nós, muitas vezes, olhamos para o Algarve e vemos só praia e sol e esquecemos que existe um manancial de património histórico que pode ser conhecido, património associado à Igreja que é necessário também rentabilizar, para diminuir os custos de conservação e de restauro”, sublinha o sacerdote.
De acordo com o Padre Miguel Neto, “existem igrejas que são basilares para se conhecerem: a catedral de Silves, a igreja de Santa Maria de Tavira, a igreja de São Lourenço em Almancil e outras igrejas que são menos conhecidas, mas que estão no interior, e que têm um património riquíssimo, sobretudo da época do barroco e também do manuelino, porque é nessa zona do interior que antes estava a riqueza e construíram-se capelas interessantíssimas como Monchique, Alcoutim, Alte, Querença. Estamos a falar das paróquias do nordeste algarvio, ou seja, do sotavento, junto à fronteira de Espanha”.
O diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo expressa o desejo de ver este projeto e o acordo que se celebra esta quarta-feira alargado ao resto do país.
“Nós queremos que este modelo resulte aqui, neste canto do Algarve e que seja exportado”, afirma o sacerdote, explicando que a vontade é que “o projeto que vai arrancar no Algarve seja o projeto piloto e o motor de arranque para que outras zonas do país, sobretudo no interior, que nos últimos dois anos, sobretudo devido à pandemia, tem atraído muitos visitantes”, possam dinamizar o turismo religioso.
A cerimónia de assinatura do acordo de cooperação terá lugar na igreja matriz de Vila Real de Santo António, pelas 17h30, e contará com a presença do bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, da secretária de Estado do Turismo, Rita Marques e da ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho.