Cerca de 50 mil soldados, polícias, juízes, professores e outros funcionários públicos foram detidos ou suspensos na Turquia, avança a agência Reuters.
Os números são avançados pela agência Reuters e são a resposta do Presidente Tayyp Erdogan à tentativa falhada de golpe de Estado da última sexta-feira levada a cabo por um grupo de militares.
Só esta terça-feira, 15 mil pessoas foram suspensas de funções no Ministério da Educação, uma centena de elementos dos serviços de inteligência foram afastados, no Directório para os Assuntos Religiosos a "purga" afectou 492 funcionários, 257 nos gabinetes ministeriais e 300 no Ministério da Energia. Já tinham sido afastados 2.500 juízes e 8.000 polícias. Foram detidos, pelo menos, três mil militares por suspeita de ligação ao golpe falhado.
Erdogan disse que a intentona era uma “dádiva de Deus”, ou seja, uma oportunidade para “limpar” as instituições do Estado, a começar pelas Forças Armadas.
O Governo de Ancara acusa Fethullah Gulen, um clérigo exilado nos Estados Unidos, de ser o inspirador da tentativa de golpe de Estado.
O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, declarou no Parlamento que “esta organização terrorista paralela deixará de ter influência” no país.
As autoridades retiraram esta terça-feira do ar as rádios e televisões com alegada ligação ao clérigo Fetullah Gulen, de 75 anos, que nega qualquer envolvimento no golpe que provocou 230 mortos e 1.400 feridos.
São 24 canais de televisão e estações de rádio e os 34 jornalistas que ali trabalham viram também as suas credenciais revogadas. O Governo turco argumenta que a decisão "não deve ser vista como restrição à liberdade de imprensa".
Tayyp Erdogan e Barack Obama falaram esta terça-feira ao telefone. A Casa Branca fez saber que a Turquia já enviou para os Estados Unidos um pedido para a extradição de Fetullah Gulen, que residente na Pensilvânia.
Fonte do Departamento de Estado norte-americano diz à agência Reuters que não se trata de um pedido formal de extradição, mas antes de documentos explicando as razões pelas quais Ancara quer julgar Fetullah Gulen em território turco.