A exposição ALVEX, de Maite Cajaraville, é inaugurada em Évora, no próximo sábado, dia 19 de fevereiro, no Centro de Arte e Cultura (CAC) da Fundação Eugénio de Almeida (FEA).
ALVEX é fruto da colaboração entre o CAC e o Museu Extremeño e Ibero-Americano de Arte Contemporânea (MEIAC), “em diálogo com a artista Maite Cajaraville”, refere a nota de apresentação da FEA, enviada à Renascença.
“Resultado do acrónimo de AL(entejo) V(irtual) EX(tremadura)”, o projeto artístico ALVEX, com curadoria de Natalia Piñuel Martín e co-curadoria do diretor artístico do CAC, José Alberto Ferreira, é uma extensão de um outro projeto, denominado VEXTRE, criado pela artista extremenha para exibição no MEIAC, em Badajoz, no ano passado.
“Falar da obra de Maite Cajaraville significa reivindicar uma das artistas pioneiras da arte digital em Espanha, pois a sua trajetória é um contínuo ‘work in progress’, integrando narrativas não ficcionais em diferentes projetos que trabalham em torno da ‘media art’”, destaca a curadora Natalia Piñuel Martín.
Para a responsável pela organização da exposição, a característica fundamental da artista “é a capacidade de reverter imaginários e condicionamentos sociais por meio da interação com o público”, utilizando para o efeito, “dispositivos atuais da nossa realidade a partir dos contextos da arte contemporânea”.
Originalmente, o projeto (VEXTRE) apresenta-se “como uma escultura concebida digitalmente onde é possível avaliar parâmetros económicos, demográficos, urbanos, de modalidade, emprego, entre outros, da região da Extremadura espanhola”.
Quanto à versão portuguesa (ALVEX), a artista acrescenta-lhe uma outra escultura, uma peça por si concebida e produzida, dedicada à região alentejana, “onde a recolha e análise minuciosa dos dados socioeconómicos do Alentejo é traduzida para uma linguagem artística que convida à reflexão sobre as condicionantes do presente e as possibilidades de futuro de uma região”, é sublinhado na nota da FEA.
Nestes dias que antecedem a inauguração da mostra, alunos e professores podem acompanhar a impressão 3D da peça, em cerâmica, podendo dialogar com a artista e com os restantes membros criativos da equipa sobre todo o processo de conceção e materialização.
A partir de sábado, “a peça física 3D e a peça virtual de realidade expandida do ALVEX” vão ser exibidas em simultâneo, “colocando os espectadores frente a duas realidades silenciosas divididas por uma fronteira”.
Com VEXTRE e ALVEX, Maite Cajaraville, salienta ainda a curadora, “dá passos mais além, construindo esculturas do futuro e criando uma Extremadura e um Alentejo expandidos que refletem os interesses e as preocupações do presente nestes territórios” fronteiriços.
Com entrada livre, os visitantes vão ter também à disposição um mecanismo de realidade aumentada, onde é possível ter acesso a informações complementares, com a possibilidade de se inserirem na própria exposição.
ALVEX pode ser visitada, a partir de dia 19, de terça-feira a domingo, no Centro de Arte e Cultura em Évora.