Os Estados Unidos mostraram-se esta quinta-feira favoráveis à realização de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito israelo-palestiniano, mas apenas "no início da próxima semana".
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que não se oporá a essa iniciativa, depois de fontes diplomáticas terem dito que Washington iria bloquear a organização de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas marcada para sexta-feira e destinada a analisar a nova escalada de violência no Médio Oriente.
"Penso que devemos considerar o início da próxima semana [para realizar a reunião]. Espero que isso dê um pouco mais de tempo à diplomacia para conseguir resultados", disse Blinken.
Segundo vários diplomatas contactados pela agência de notícias francesa AFP, os Estados Unidos não estariam de acordo com a reunião, por videoconferência, na sexta-feira, uma vez que Washington pretendia que a reunião fosse realizada apenas na terça-feira da próxima semana, o que retirava o caráter de urgência da reunião.
A realização deste tipo de reuniões de urgência por videoconferência requer o consenso dos 15 Estados membros do Conselho de Segurança.
Os norte-americanos apoiam a posição do seu aliado israelita, que recusa o envolvimento da ONU.
Hoje, o chefe da diplomacia norte-americana repetiu a "profunda preocupação" com a situação de violência nas ruas de Israel, onde confrontos entre judeus e árabes se somam ao conflito armado entre o movimento islâmico xiita Hamas e as forças armadas israelitas, que dura há quatro dias.
"Israelitas e palestinianos devem ser capazes de participar sem medo da violência nas celebrações (do fim do mês sagrado do Ramadão)", disse Blinken, em declarações aos jornalistas.
"Estamos a conversar com os nossos parceiros regionais, com insistência, para garantir que a calma prevalecerá", acrescentou o chefe da diplomacia norte-americana.
Nas sucessivas posições desde o início da crise, os Estados Unidos reafirmaram o direito de Israel de se defender contra os disparos de foguetes do movimento islâmita Hamas, que controla a Faixa de Gaza, mas também exigiram a redução da escalada militar.
Washington apelou ainda a Israel para que faça "todos os possíveis para evitar a morte de civis".
A nova onda de violência já provocou a morte de 87 palestinianos, entre eles 18 crianças e oito mulheres, indicou o Ministério da Saúde do enclave.
Do lado israelita, o número de mortos mantém-se em sete, após a morte, quarta-feira, de uma criança de 5 anos.
Esta quinta-feira, Israel posicionou tanques e blindados ao longo da fronteira com o enclave palestiniano.
O conflito entre Israel e o Hamas está a ser acompanhado por outra onda de violência entre judeus e árabes em várias cidades israelitas.