O militar português que ficou ferido na República Centro-Africana já foi internado no Hospital das Forças Armadas, depois de ter sido transportado esta manhã para Portugal, informou esta sexta-feira o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA).
"Os nossos pensamentos e as nossas preces estão com este militar, que já se encontra internado no Hospital das Forças Armadas e, também, com a sua família e amigos", lê-se num comunicado enviado às redações.
Na nota, o almirante António Silva Ribeiro, lembra que "um acidente de viação, com um veículo blindado ligeiro, causou, ontem [quinta-feira] à tarde, ferimentos graves nos membros inferiores de um soldado comando integrado na Força de Reação Rápida Portuguesa que opera na República Centro-Africana".
"Enviamos uma palavra de muito apreço e coragem para todos os bravos militares do Exército e da Força Aérea que, de forma abnegada e ao serviço das Nações Unidas, promovem a paz e a ajuda humanitária na República Centro-Africana, protegendo os inocentes e os indefesos", salienta o CEMGFA, que assina a mensagem.
Pelas 10h00, o porta-voz do Estado-Maior-General das Forças Armadas disse à agência Lusa que o militar português estava "a ser transportado para Portugal num Falcon da Força Aérea" que tinha partido de manhã da República Centro-Africana.
"Quando chegar, o militar será transportado para o Hospital das Forças Armadas onde lhe será feita uma avaliação clínica", disse, na altura, o comandante Pedro Coelho Dias.
De acordo com fonte do Ministério da Defesa, a hora prevista para a chegada do militar era às 14h00.
Sobre o estado de saúde do militar, o porta-voz do EMGFA indicou que não corre risco de vida, mas o seu estado é grave, embora estável.
O EMGFA informou na quinta-feira que um militar português ao serviço das Nações Unidas na RCA ficou ferido com gravidade devido a um acidente de viação.
Em comunicado, o EMGFA indicou que o militar sofreu um traumatismo grave nas duas pernas.
O acidente aconteceu enquanto realizavam um trajeto logístico junto à região de Bouar, situada a 350 quilómetros a noroeste da capital do país, quando ocorreu o despiste e capotamento de uma das viaturas táticas ligeiras blindadas HMMWV, vulgarmente conhecidas por "Humvee".
A nota referia que são ainda desconhecidas as causas do acidente, mas que "a forte precipitação que assola a região, bem como o estado altamente precário da rede viária, poderão ter contribuído para o despiste".
O conflito neste país, com o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária.
O Governo controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA), cujo 2.º comandante é o major-general do Exército Marco Serronha.
Portugal integra a MINUSCA, com a 5.ª Força Nacional Destacada (FND), e lidera a Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana (EUMT-RCA), que é comandada pelo brigadeiro-general Hermínio Teodoro Maio.