O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou ações e omissões do Governo brasileiro na pandemia de covid-19 classificou o Presidente do país, Jair Bolsonaro, como "serial killer".
"Essa responsabilidade é de muita gente, tem muitos indicados, mas ela é principalmente desse Presidente [Jair Bolsonaro], desse 'serial killer', que tem compulsão de morte e continua a repetir tudo o que fez anteriormente", afirmou Renan Calheiros, senador e relator da investigação parlamentar, em declarações aos jornalistas à chegada ao Senado.
"Agora com a declaração de que a vacina pode proporcionar Aids [sida], ele demonstra, claramente, que não tem respeito nenhum com a vida dos brasileiros", acrescentou o relator, referindo-se a um vídeo retirado das redes sociais em que Bolsonaro associou as vacinas contra a covid-19 a infeção por VIH.
Esta terça-feira, a CPI da pandemia, que funciona no Senado brasileiro há seis meses, chega ao fim com a votação do relatório produzido por Calheiros e que conta com apoio do grupo maioritário da investigação parlamentar.
O documento sofreu algumas alterações, mas, no geral, pede o indiciamento do Presidente brasileiro, de ministros do Governo, duas empresas e dezenas de pessoas suspeitas de cometerem crimes no âmbito da gestão da crise sanitária.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo ao contabilizar 605.804 vítimas mortais e mais de 21,7 milhões de casos confirmados de covid-19.
A covid-19 provocou pelo menos 4.952.390 mortes em todo o mundo, entre mais de 243,97 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.