Mark Zuckerberg vai ter de ir a tribunal nos Estados Unidos. 42 procuradores federais norte-americanos moveram uma ação contra a Meta, alegando que as aplicações Facebook e Instagram estão a viciar crianças e adolescentes.
Como assim?
A acusação contra a gigante tecnológica Meta sustenta que tanto o Facebook como o Instagram, que são as plataformas mais populares utilizadas pelos jovens, foram concebidas sem ter em conta os impactos negativos nos jovens.
Tudo porque, alegam estes procuradores norte-americanos, são aplicações concebidas para manipular e prender os utilizadores durante longos períodos online, promovendo o uso compulsivo das redes sociais.
Como é que isso é possível?
Através de algoritmos, excesso de notificações e alertas e um feed interminável com publicações que leva a que o utilizador queira estar sempre ligado, para não perder nenhuma informação.
A acusação dos procuradores norte-americanos alega que este é um procedimento intencional por parte da Meta, com impactos negativos, sobretudo ao nível da saúde mental e, também, física. Desde logo, porque o muito tempo passado à frente de um ecrã de telemóvel é tempo sem atividade física. E, quando é exagerado, acaba por ser altamente prejudicial.
Mas os procuradores falam de procedimento intencional. Porquê?
Porque entendem que a Meta estaria ciente dos riscos para a saúde mental, mas ignorou-os.
De resto, a procuradora do estado de Nova Iorque - uma das subscritoras desta ação - acusa a Meta de ocultar documentação interna da Meta que mostra que a empresa tinha conhecimento dos danos aos jovens.
Esta investigação remonta a 2021. Em causa estão informações confidenciais reveladas por Frances Haugen, uma ex-funcionária do universo empresarial de Mark Zuckerberg.
Há uma que chama a atenção: 32% dos adolescentes disseram sentir-se desconfortáveis com os seus corpos e que o Instagram só piorava a situação.
Portanto, a Meta sabia disto e não fez nada. Daí, a acusação dos procuradores norte-americanos que alegam que a Meta está mais interessada no lucro do que no bem-estar dos seus utilizadores.
Como é que a Meta reage a estas acusações?
Com um sentimento de deceção. Em comunicado, a dona do Facebook e do Instagram assegura que a empresa tem o compromisso de fornecer experiências online seguras e positivas.
Por outro lado, a gigante tecnológica lamenta que a justiça norte-americana prefira avançar com uma ação em tribunal, em vez de colaborar com o setor para criar padrões claros de funcionamento das plataformas digitais.
Há outros casos do género?
Sim, esta não é a primeira vez que a quase totalidade dos procuradores federais dos Estados Unidos se une em defesa dos mais jovens. Por exemplo, o TikTok também foi alvo de restrições por pôr em causa a saúde física e mental dos jovens.
E a própria Meta, em 2020, foi alvo de uma outra ação judicial, por pôr em causa as leis da concorrência.