O presidente da Assembleia da República afirmou hoje que o Japão vai apoiar a candidatura portuguesa ao Conselho de Segurança da ONU e agradeceu ao imperador Naruhito o apoio dado “sem hesitações” às candidaturas de António Guterres.
Estes dois assuntos da política diplomática foram transmitidos por Augusto Santos Silva à agência Lusa, no final de uma visita oficial de cinco dias de uma delegação parlamentar portuguesa ao Japão.
Durante a sua presença em Tóquio, além de encontros institucionais com os presidentes das duas câmaras do parlamento nipónico, o ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros foi também recebido pelo imperador do Japão, Naruhito.
“Foi um encontro muito simpático que se focou sobretudo em dois pontos: O imperador recordou a visita que efetuou a Portugal, quando era ainda príncipe herdeiro, em 2004, em que passou por Lisboa, Porto e Coimbra; e o apoio do Japão logo à primeira candidatura de António Guterres ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas”, referiu o presidente da Assembleia da República.
Augusto Santos Silva assinalou depois que a visita da delegação parlamentar, que integrou os deputados Jorge Gabriel Martins (PS), Afonso Oliveira (PSD), Alma Rivera (PCP) e o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, “teve também uma dimensão de agradecimento, porque, desde 2015, não se fazia nenhuma visita oficial de Portugal ao Japão ou de nível de ministro ou superior a ministro”.
“O Japão era membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas em 2016, quando Portugal lançou a candidatura de António Guterres a secretário-geral da ONU, e foi dos primeiros países a apoiar-nos sem qualquer condicionalismo ou hesitação. Portanto, vim também aqui agradecer, fi-lo sobretudo no encontro com o imperador”, salientou o presidente da Assembleia da República.
De acordo com o ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, “Portugal e o Japão apoiam-se muito nas Nações Unidas”.
“Portugal apoiou a última candidatura do Japão ao Conselho de Segurança e o Japão já comunicou que nos apoia na candidatura para o mandato de 2027/2028”, apontou.
Ainda sobre o seu encontro com o imperador Naruhito, o presidente da Assembleia da República indicou que também foi abordado “o tema comum dos oceanos, que aproxima Portugal e Japão”.
“A exposição universal de Lisboa, em 1998, foi dedicada aos oceanos, e a exposição de Osaca, de 2025, também será dedicada aos oceanos. Foi uma conversa muito interessante. Quer o imperador, quer a imperatriz, referiram-se também às trocas culturais e ao ensino do português no Japão, assim como aos estudantes japoneses que são bolseiros em Portugal”, acrescentou.