Patrícia Mamona surpreendeu, pela forma como assegurou a passagem à final do triplo salto dos Campeonatos da Europa em pista coberta, quase batendo o recorde nacional nas qualificações.
Em Torun, Polónia, a saltadora lusa resolveu a qualificação com o seu primeiro salto, atingindo os 14,43 metros, a um centímetro apenas do seu melhor de sempre “indoor”.
"Para dizer a verdade estou tão surpreendida como vocês. Posso adiantar que entrei na pista com vontade de saltar o mais longe possível, tentar a qualificação logo no primeiro salto (que se fazia a 14,10), felizmente isso aconteceu", disse a atleta logo após a prova.
Mamona reconhece que a preparação dos últimos meses não foi a ideal, mas também que, agora, tudo está melhor. "Os últimos resultados, sempre a melhorar, deram-me confiança, apesar de me ter faltado o ritmo competitivo de outras ocasiões", disse ainda.
A atleta chegou a Torun só com duas competições este inverno, sempre com resultados em crescendo - os campeonatos de Portugal, que venceu, e o “meeting” de Madrid, onde confirmou os mínimos que tinha feito no ano passado.
"Cada final é uma competição diferente. Não gosto de pensar muito em marcas ou em lugares, gosto de me focar em saltar cada vez mais longe, para obter a melhor classificação possível", comentou, a propósito da final de domingo à tarde. "Só com um salto hoje, fiquei com mais tempo para poder descansar, normalmente temos dois dias entre provas, mas desta vez é já amanhã [domingo]", acrescentou a atleta treinada por José Uva.
A líder europeia do ano, a grega Paraskevi Papachristou, saltou também uma vez apenas, a 14,39, ficando logo apurada.
A final do triplo salto disputa-se domingo a partir das 16h20.
Quem regressa já à pista no final da jornada de hoje, um pouco antes das 20h00, é Carlos Nascimento, depois da qualificação para a final dos 60 metros, com recorde pessoal.
"Tinha estabelecido com o meu treinador [José Silva] que seria necessário correr na casa do meu recorde pessoal para passar à final. E foi o que sucedeu!", afirmou Carlos Nascimento, visivelmente satisfeito.
Ter partido na última série evitou ao atleta a situação de ter de ficar nos "hot seats", as cadeiras dos atletas repescados, experiência vivida pela atleta em Glasgow, há dois anos. Agora foi a "vingança, desse momento. Estiveram ali à nossa espera e fomos nós os apurados".
Os dois portugueses que competiram nas eliminatórias de 3.000 metros, Isaac Nader e Samuel Barata, não passaram à final.