As Nações Unidas (ONU) e 30 parceiros internacionais pediram esta terça-feira 156 milhões de dólares, cerca de 128 milhões de euros, para responder às necessidades de dezenas de milhares de refugiados etíopes que fugiram dos combates na região de Tigray.
"Os 128 milhões de euros solicitados pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) deverão permitir-lhe e aos seus parceiros prestar assistência durante a primeira metade de 2021" disse o porta-voz do ACNUR, Andrej Mahecic, numa conferência de imprensa em Genebra.
O apelo para as contribuições financeiras "deverá também ajudar a reforçar os preparativos para receber mais refugiados em outros países da região no caso de haver mais movimentos de refugiados", acrescentou.
Cerca de 52.000 pessoas fugiram de Tigray para o leste do Sudão nas últimas seis semanas, de acordo com os últimos números disponíveis do ACNUR.
Estes números não incluem os deslocados dentro da própria província, em particular os 96.000 refugiados eritreus, que vivem em vários campos em Tigray.
Até ao momento, apenas 30% – ou 46 milhões de dólares – dos fundos necessários para operações de apoio aos refugiados foram recebidos pelo ACNUR e pelos seus parceiros.
Paralelamente, a Alta-Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, apelou para o acesso a toda a província e pediu ao Governo etíope para que proteja os civis.
Numa declaração, Michelle Bachelet citou vários exemplos de violações dos direitos humanos e do direito humanitário através de testemunhos recolhidos à distância.
Considerou, por isso, que essa informação "mostra a necessidade de observadores independentes dos direitos humanos terem acesso a Tigray, a fim de poderem avaliar devidamente o sofrimento humano resultante do conflito, verificar as acusações e ajudar a encontrar os responsáveis por estas violações".