A vereadora da CDU da Câmara do Porto, Ilda Figueiredo, apelou hoje a que a autarquia "não se esqueça" dos moradores da zona das Fontainhas afetados pelas enxurradas que ocorreram no sábado e que os "apoios" sejam céleres.
A visita, inicialmente programada para percorrer a baixa da cidade e contactar com os comerciantes afetados pelas enxurradas que ocorreram no sábado, rapidamente mudou de rumo.
Com o comércio na Rua Mouzinho da Silveira e na Rua das Flores a funcionar normalmente, e só algumas vedações na rua a relembrar as inundações que se viveram no sábado, a vereadora dirigiu as atenções para os moradores da zona das Fontainhas, na freguesia do Bonfim.
"A Câmara Municipal deu atenção à zona de S. Bento e fez bem, mas não devia ter esquecido a zona das Fontainhas", afirmou Ilda Figueiredo, depois de visitar os moradores do bairro dos Moinhos.
Naquele bairro, vários foram os moradores que relataram à comitiva da CDU os momentos vividos no sábado e os estragos deixados pela enxurrada.
"Desde que estou cá que nunca vi nada assim", afirmou Jorge Teixeira, morador há 16 anos naquele bairro.
Também José Aires, que mora naquele bairro há sete anos, contou à comitiva do PCP que a força da água era tanta que lhe "arrombou" a porta de casa.
Aos moradores e, posteriormente à Lusa, Ilda Figueiredo garantiu que vai procurar, junto do município, apoios, mas também vai pedir que sejam estudadas soluções para impedir que a situação vivida no sábado se repita.
"Parece que terá estado na origem [da enxurrada] o rebentamento de uma conduta, mas os moradores é que sofreram as consequências e por isso têm de ser devidamente indemnizados", afirmou.
Ilda Figueiredo defendeu ainda que os apoios "não podem demorar", lembrando que alguns moradores "estão mesmo a precisar de imediato de respostas".
"Há falta de resposta imediata aos problemas graves que ouvimos das famílias", acrescentou a vereadora, que na visita se fez acompanhar do deputado do PCP na Assembleia da República, Alfredo Maia.
O concelho do Porto registou, no sábado, em menos de duas horas, 150 pedidos de ajuda por causa das inundações em habitações e vias públicas, principalmente na baixa da cidade, disse à Lusa fonte da Proteção Civil local.
O vice-presidente da câmara municipal, Filipe Araújo, destacou que a autarquia não estava preparada para o que se sucedeu na Rua Mouzinho da Silveira, perto da estação de São Bento e da Ribeira, e onde decorrem obras da Metro do Porto, considerando que as obras que estão a decorrer podem ter provocado alguma alteração.
Na sequência das enxurradas, a Metro do Porto pediu um estudo ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) sobre as condições da empreitada da Linha Rosa, que decorre na baixa da cidade.