A Comissão Nacional da Proteção Civil passará a partir desta terça-feira a funcionar em permanência, o que fará com que doravante a comunicação dos casos desta epidemia seja feita de forma mais constante. Este é o resultado da reunião que decorreu, esta terça-feira à noite, na sede da Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Carnaxide, Lisboa, onde durante três horas várias entidades estiveram reunidas.
“A Comissão passará a funcionar, a partir de agora, num quadro de permanência, não em reunião física, mas online, em articulação entre todas as áreas de governo, numa relação muito estreita entre a Autoridade de Saúde Pública, a Direção-Geral de Saúde e a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil”, explicou o ministro da Administração Interna.
Questionado sobre a hipótese de se fazerem rastreios adicionais a todos os passageiros que entrem no país, Eduardo Cabrita respondeu que será divulgada informação a todos os passageiros de voos que cheguem da Itália.
“Serão tomadas duas medidas: a divulgação de informação através de folhetos por todos esses passageiros e a obtenção de informação sobre o que é que vão fazer nos próximos dias em Portugal”, explicou.
Relativamente à mensagem de tranquilidade que se tem passado à população, o ministro afirma “que não se coloca a declaração de um estado de alerta, no âmbito das competências próprias do Ministério da Administração Interna”.
“A prioridade coloca-se na atualização dos planos de contingência e numa contenção do fenómeno que, em Portugal, está identificado com os quatro casos que foram confirmados e que continuarão a ser acompanhados”, rematou o governante.
Em Portugal há quatro casos confirmados de coronavírus, ambos em estado considerado estável.
A Direção-Geral da Saúde, que tem um microsite com múltiplas informações sobre a doença, recomenda como principais medidas de prevenção a frequente lavagem de mãos. Em caso de possível contágio, a indicação é ligar para o SNS 24 (808 24 24 24) e evitar deslocações aos serviços de saúde.
O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou quase de 3.200 mortos e infetou mais de 93.000 pessoas, em cerca de 70 países e territórios, incluindo quatro em Portugal.
Das pessoas infetadas, mais de metade já recuperaram.
Além de 2.981 mortos na China continental, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas.
A OMS declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional de risco "muito elevado".