Dia de greve. CP alerta para "fortes perturbações na circulação"
31-10-2018 - 06:04

Secretário diz que Governo fez "muitas cedências" para chegar a acordo com trabalhadores ferroviários.

A CP - Comboios de Portugal já alertou para "fortes perturbações na circulação" devido à greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP). A empresa alertou ainda para que "não serão disponibilizados transportes alternativos".

A paralisação contará com serviços mínimos, definidos pelo tribunal arbitral, tendo sido subscrita por 14 organizações sindicais.

O secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d' Oliveira Martins, lamentou a posição dos sindicatos, referindo que o Governo "fez muitas cedências".

"Só posso lamentar a situação de rotura a que os sindicatos nos conduziram e que vai ter reflexo na greve, que vai prejudicar os cidadãos e a circulação dos passageiros que utilizam o meio ferroviário", disse.

Os sindicatos representativos dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) decidiram manter a greve marcada para hoje, após uma reunião com o Governo, em que não foi possível "chegar a acordo", segundo o coordenador da Fectrans.

"Não houve acordo. É um processo que vai levar algum tempo. Houve muito pouca evolução", afirmou à agência Lusa José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), no final da reunião no Ministério do Planeamento e Infraestruturas.

O secretário de Estado referiu que o Governo manifestou "sempre vontade de negociar" e evitar o recurso à greve. "O facto é que já houve resultados definitivos do processo negocial, basta falar na reposição de direitos adquiridos dos trabalhadores. Entre 2017, 2018 e já incluindo 2019 estamos a falar de um impacto de 33 milhões de euros", explicou. Referiu ainda que, no início de 2018, na sequência de greves e da continuação do processo negocial "foi negociado um subsídio intercalar que confere a cada trabalhador da IP 23 euros por mês".

"Foram muitas as cedências que fizemos, em que os sindicatos nunca apresentaram nenhuma contraproposta, nem nenhuma contrapartida. O Governo está sempre disponível para negociar, é preciso é que sindicatos mudem a sua posição e não adotem uma postura de rotura", concluiu.