Pela quinta noite consecutiva, a Catalunha viveu horas de distúrbios. Os alvos foram lojas e edifícios emblemáticos de Barcelona. As manifestações pedem a libertação do rapper catalão Pablo Hasél, condenado a nove meses de prisão por dirigir insultos ao Rei e fazer a exaltação de grupos terroristas.
Segundo o jornal “El País”, a polícia deteve 34 pessoas (31 em Barcelona e as restantes em incidentes menores em Tarragona e Lleida). Treze pessoas foram assistidas por ferimentos ligeiros e duas foram hospitalizadas.
Em Barcelona, a polícia antimotim carregou sobre manifestantes que saqueavam lojas e vandalizavam edifícios.
As lojas do Paseo de Gracia, onde se concentram as principais marcas de luxo, foram vandalizadas e saqueadas durante o protesto a pedir a libertação do rapper catalão.
A destruição verificou-se em todo o Paseo de Gracia, que vai desde a Plaza de Catalunya até à Diagonal, onde manifestantes encapuçados também montaram várias barricadas, queimando contentores, mobiliário urbano e incendiaram as portas do edifício da Bolsa de Barcelona, embora as chamas não tenham afetado o interior do edifício.
O ministro do Interior do governo regional catalão, Miguel Sàmper, lamenta que o que começou na terça-feira como um protesto pelo “direito à liberdade de expressão” tenha conduzido a “atos de puro vandalismo e pilhagem”.
O rapper Pablo Hasél, detido na terça-feira na Universidade de Lérida (Catalunha), tornou-se um símbolo da liberdade de expressão em Espanha, depois de ter sido condenado a nove meses de prisão por, segundo a acusação, insultar as forças de ordem espanholas, fazer a glorificação do terrorismo e injuriar a monarquia.
Além da sentença que originou a sua detenção, Hasél tem antecedentes: na primeira condenação, a dois anos de pena suspensa, foi acusado de glorificar nas suas canções o terrorismo da ETA, o Grapo, Terra Lliure ou a Al-Qaeda.