As escolas receberam orientações da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares para elaborarem os planos de contingência. No documento é recomendado que cada escola crie uma estrutura de comando e controlo, uma rede de comunicação de contactos atualizada e a identificação dos profissionais de saúde e das autoridades de saúde locais. É ainda recomendado que cada escola defina uma área de isolamento para “evitar ou restringir o contacto direto com quem apresente os sintomas” já identificados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Em declarações à Renascença, o presidente da Associação dos Diretores das Escolas Públicas Filinto Lima sugeriu que “nos planos de contingência temos de prever” todas as eventualidades, “até podermos fechar o bar da escola e alguns locais que pensemos que podem ser problemáticos para a transmissão do vírus”.
Segundo um despacho do Governo o plano de contingência para o surto de Covid-19 deve estar concluído esta segunda-feira. Cada escola vai adaptar as recomendações da tutela à sua realidade em particular.
Universidades já com ações no terreno
O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas realiza a sua reunião plenária na terça-feira, na Universidade da Beira Interior, sendo um dos pontos da agenda precisamente as medias de contingência a serem adotadas e a estratégia de comunicação.
A maior parte das universidades já está a tomar medidas. A Universidade de Aveiro, por exemplo, decidiu suspender a realização de todas as iniciativas públicas nacionais e internacionais previstos para a Universidade entre os dias 10 e 27 de março. Ficam também suspensas todas as deslocações de estudantes e professores para áreas com transmissão comunitária ativa do Covid-19.
Segundo informação no site da Universidade de Aveiro são também suspensos os programas de intercâmbio de estudantes para países onde há mais casos do novo coronavírus.
O plano de contingência da Universidade de Lisboa prevê o cancelamento ou adiamento das deslocações, em especial às regiões onde exista transmissão ativa do Covid-19 e recomenda-se o adiamento de congressos internacionais previstos para a Universidade de Lisboa.
No caso dos alunos que estão em Erasmus numa região afetada e decidam interromper a sua estadia, a “Universidade de Lisboa solicitará à Agência Nacional Erasmus, a aplicação da cláusula de força maior constante dos respetivos contratos, cabendo a esta última decidir sobre a sua aplicação”, lê-se co comunicado assinado pelo reitor António Cruz Serra.
Também a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro está a tomar medidas preventivas contra o Covid-19. O reitor António Fontainhas Fernandes disse à Renascença que não são permitidas deslocações em serviço ao estrangeiro para zonas afetadas e identificadas pela Direção-Geral de Saúde. A UTAD decidiu ainda suspender a organização de eventos académicos no campus universitário, que incluam a participação de pessoas externas, incluindo eventos e conferências.
Na Universidade do Porto, uma das medidas do Plano de contingência é a criação de uma página na internet, onde estão já todas as informações sobre o Covid-19 e as medidas que devem ser tomadas.