Os separatistas no leste da Ucrânia anunciaram esta sexta-feira que vão começar a retirar civis da região de Donbass e enviá-los para a Rússia, por receio de uma escalada militar.
Numa declaração transmitida em vídeo, o líder separatista da autoproclamada República de Donetsk diz que está já "preparada uma partida em massa" e centralizada da população para a Federação Russa”.
“Mulheres, crianças e idosos serão os primeiros a ser retirados”, afirmou Denis Pushilin.
Separatistas pró-Rússia e forças armadas da Ucrânia têm trocado nos últimos dias acusações de ataques contra as suas posições.
O primeiro-ministro, António Costa, defendeu hoje que a União Europeia (UE) deve "explorar até ao limite" as vias diplomáticas com a Rússia, relativamente à ofensiva na fronteira ucraniana, vendo as sanções europeias a Moscovo como "situação limite".
"O que resulta de essencial dessa reunião [de chefes de Governo e de Estado europeus] não é a ameaça das sanções, é o investimento de toda a UE em explorar até ao limite as vias diplomáticas, por via do diálogo" com a Rússia, afirmou António Costa.
Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas, um dia após os líderes da UE se terem reunido num encontro informal sobre a crise ucraniana, o chefe de Governo português defendeu "diálogo, diálogo, diálogo" com Moscovo e "todos os esforços diplomáticos", nomeadamente em formatos bilaterais, entre os Estados Unidos e Rússia.
"Não queremos chegar a uma situação limite de ter de aplicar sanções", vincou António Costa.
Questionado sobre eventual indecisão dos líderes europeus para avançar com estas sanções à Rússia, que podem ser por exemplo financeiras, o primeiro-ministro adiantou que "não há hesitação entre os 27 no empenho de [...] assegurar, por via diplomática, o que é necessário assegurar para garantir a paz na Europa".