O Secretariado-Geral da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) divulgou esta quinta-feira novas orientações para a Visita Pascal, o tradicional “Compasso”, alertando para os cuidados necessários no atual contexto de pandemia, que “infelizmente, ainda permanece”.
“O guia do grupo dirigirá uma breve oração com a família reunida, terminada a qual os membros desta são convidados a venerar a Cruz com uma vénia ou outro gesto que não implique contacto físico”, indica o texto, desaconselhando, portanto, o habitual beijo ao crucifixo, no contexto do anúncio da ressurreição de Jesus.
O organismo da CEP aponta ao uso de máscara pelos membros do grupo paroquial designado para o anúncio pascal, dentro das casas e na via pública, se houver ajuntamentos.
Quanto às famílias, pede-se que não partilhem alimentos com os membros do grupo dos mensageiros da Páscoa, ainda que tenham a mesa posta.
“A partilha de alimentos deve restringir-se aos membros da família e, por isso, só se fará após a partida dos visitadores; de facto, o comer em conjunto implica retirar a máscara aumentando, assim, o risco de eventuais contágios”, precisam as orientações, enviadas à Agência ECCLESIA.
O texto pede ainda que se proceda à higienização das mãos “sempre que haja contacto físico com pessoas ou coisas”.
As orientações podem ser adaptadas à realidade local por cada bispo diocesano.
A 28 de fevereiro, a CEP anunciou novas orientações para o culto e atividades pastorais, prevendo, entre outras medidas, a possibilidade de se realizar a tradicional visita pascal, suspensa desde 2020.
“No rito de adoração da cruz na Sexta-feira Santa, deve omitir-se o beijo na cruz, substituindo-o pela genuflexão ou inclinação; pode-se retomar a visita pascal, omitindo-se o beijo à cruz”, refere o documento.
Em 2021, a CEP tinha mantido a suspensão de procissões e outras manifestações populares da Semana Santa e Páscoa, entre elas o tradicional “compasso”; em 2020, por causa da pandemia, as celebrações não contaram com a participação da assembleia.
As orientações mantêm a recomendação de um “distanciamento responsável entre as pessoas” que não integrem o mesmo agregado familiar e do “uso de máscaras para todos”.
Os bispos determinam que a Comunhão deve continuar a ser ministrada apenas na mão dos fiéis e anunciam o regresso da saudação da paz (facultativa), através de “um sinal sem contacto físico”, por exemplo, uma vénia ou inclinação.
Quanto às atividades pastorais nos espaços eclesiais (paróquias, centros pastorais, casas de retiro, etc.) como catequese e outras ações formativas, bem como peregrinações, procissões, festas, romarias, concentrações religiosas, acampamentos e outras atividades similares, estas “seguem as regras previstas pelas autoridades competentes para situações educativas, sociais e culturais semelhantes”.