Sete meses depois de ter sido alvo da primeira denúncia pública de abusos sexuais, num escândalo que acabaria por ganhar proporções míticas e dar origem ao movimento #MeToo, Harvey Weinstein entregou-se finalmente à Justiça na cidade de Nova Iorque esta sexta-feira de manhã.
O produtor de Hollywood, acusado de assédio sexual, abusos e violação por mais de 100 mulheres, será formalmente acusado de violação.
O jornal "New York Times" diz que o antigo produtor de cinema negociou um acordo com a procuradoria para poder ser libertado sob fiança. Terá de pagar uma caução estipulada em um milhão de dólares, para além de ter de entregar o seu passaporte e usar pulseira eletrónica até o processo judicial estar concluído.
Weinstein é representado por Ben Brafman, célebre advogado que, em 2011, conseguiu que as acusações de assédio e abusos sexuais contra o ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, fossem abandonadas.
Desde as primeiras revelações, no outono de 2017, mais de uma centena de mulheres, incluindo atrizes como Angelina Jolie, Uma Thurman, Gwyneth Paltrow ou Rose McGowan, acusaram Weinstein de uma série de abusos que vão desde o assédio sexual à violação.
Apesar de o número de vítimas ascender às dezenas, uma fonte avançou esta sexta-feira à CNN que Weinstein só vai ser formalmente acusado de violação de uma mulher e de ter obrigado a outra a fazer-lhe sexo oral.