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A situação em Moçambique continua drástica, com fortes possibilidades de agravamento das cheias que afetam o país africano.
A chuva provocada pelo ciclone Idai já causaram grandes inundações, que agravam os danos infligidos pelos ventos que se abateram sobre o país.
Com a chuva a continuar a ameaçar, o Zimbabué poderá ver-se forçado a abrir as comportas das suas barragens, para evitar que estas se danifiquem pelo excesso de água retida. A confirmar-se, as zonas alagadas vão estender-se ainda mais, devendo afetar em especial o distrito de Buzi.
O arcebispo de Maputo, D. Francisco Chimoio, é natural de Búzi, e manifestou à Renascença a sua angústia pela situação que se vive. “É muita angústia e tristeza ao mesmo tempo porque não tenho notícias dos meus familiares que estão lá, muito menos daqueles que habitam lá, porque não há comunicações e falta energia. Não há possibilidade de poder ter notícias em primeira mão. Estamos aqui como uma ilha praticamente”, diz.
D. Francisco agradece a solidariedade que começa a chegar de outros países, como Portugal, e destaca o papel da Cáritas de Moçambique na ajuda aos necessitados.
“A Cáritas enviou já uma circular a pedir ajuda a todas as pessoas, para se poderem solidarizar com os irmãos que lá estão. E já estão a aparecer respostas positivas a esse respeito.”
“Também outras nações já deram o seu contributo, inclusive Portugal, Inglaterra e França, que estão a disponibilizar meios e a enviar produtos. Portanto há muita solidariedade, e isso é uma grande consolação, saber que o nosso sofrimento é sentido pelos outros também”, conclui.
Uma comitiva portuguesa, liderada pelo secretário de Estado das Comunidades, está já a caminho da Beira, a zona mais afetada pelo ciclone Idai, com a missão de articular a ajuda ao país, que vive esta quarta-feira o primeiro de três dias de luto nacional.