Mendes Calado, Chefe do Estado-Maior da Armada hoje exonerado, afirmou que deixa a Marinha "não por vontade própria", assegurando que "até ao último momento" manteve a "mão firme no leme" porque é isso que "mares agitados" exigem.
"Foi uma honra ter sido o vosso comandante. Falta-me tempo e palavras para expressar tamanha gratidão. Deixo a Marinha não por vontade própria pois os que me conhecem não entenderiam que abandonasse o leme da nossa Marinha depois de tanto resistir ao temporal que nos assolou nos últimos tempos", afirmou Mendes Calado num vídeo publicado no Facebook oficial da Marinha.
De acordo com o CEMA exonerado -- que será substituído no cargo por Henrique Gouveia e Melo -- "mares agitados exigem mão firme no leme", garantindo que foi o que procurou "fazer até ao último momento".
Segundo a nota do Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa "depois de receber o Senhor Almirante CEMA, e tendo em consideração a que haverá, muito em breve, legislação orgânica sobre o Estado-Maior-General e os três ramos das Forças Armadas -- significando um novo ciclo político e funcional --, entendeu ser chegado o tempo de proceder à referida exoneração".
Desta forma, antecipa-se "alguns meses o termo do segundo mandato", o que vai ocorrer "de acordo com disponibilidade manifestada" por Mendes Calado, referia a mesma nota.
O Presidente da República vai dar posse a Henrique Gouveia e Melo como CEMA na segunda-feira, considerando "ser chegado o tempo" de exonerar Mendes Calado do cargo.