A gigante petrolífera Shell defendeu a decisão de comprar petróleo russo, apesar da invasão e bombardeamentos à Ucrânia.
Em comunicado, defendeu que a decisão de comprar o combustível com desconto foi "difícil".
Confirmou que havia adequirido uma carga de petróleo bruto russo na sexta-feira, mas "não tinha alternativa".
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, criticou a empresa de energia, questionando no Twitter: "O petróleo russo não cheira a sangue ucraniano para vocês?"
Embora a compra não viole quaisquer sanções introduzidas pelos países ocidentais, Kuleba pediu às empresas que continuem a pressionar a Rússia.
Um porta-voz da Shell disse, no entanto, que a empresa está a tentar manter o fornecimento de combustíveis e, neste caso, não tinha fornecedores alternativas de petróleo para chegarem à Europa a tempo.
Em comunicado, a empresa disse que continua "chocada com a guerra na Ucrânia" e que interrompeu a maioria das atividades envolvendo petróleo russo, mas acrescentou que a situação com os fornecimentos é "altamente complexa".
O petróleo russo atualmente representa cerca de 8% da quota da empresa.
Uma das refinarias da Shell, que produz diesel e gasolina e outros produtos, também está entre as maiores da Europa.
“Para ser claro, sem um fornecimento ininterrupto de petróleo bruto às refinarias, a indústria de energia não pode garantir o fornecimento contínuo de produtos essenciais para as pessoas, em toda a Europa, nas próximas semanas”, disse o porta-voz.
O mesmo responsável diz que a empresa não tomou esta decisão de “ânimo leve” e diz compreender “contestação que ela pode provocar".
A empresa também disse que tentará escolher alternativas ao petróleo russo "sempre que possível" e que os lucros do petróleo russo irão para um fundo dedicado destinado a ajudar as pessoas na Ucrânia.
Isto ocorre logo após a empresa anunciar que encerraria todas as “joint ventures” com a empresa de energia russa Gazprom após a invasão.