A Amnistia Internacional defende uma reforma nas Nações Unidas para evitar constantes adiamentos de resoluções. À Renascença, o diretor executivo da instituição aponta que, enquanto se procuram consensos, continuam a morrer pessoas no terreno.
O Conselho de Segurança da ONU adiou esta noite, pela quarta vez, votação de uma resolução sobre ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Para Pedro Neto, esse adiamento pode ajudar a consolidar consensos, mas há pessoas que continuam a morrer no terreno.
O diretor executivo da Amnistia Internacional considera os que os "sucessivos adiamentos mostram também que há diálogo a nível diplomático para chegar a uma versão que seja conciliadora e que possa permitir que todos os lados concordem com ela", o que é "muito importante". No entanto, existe "o outro lado da moeda".
"Enquanto isto, as bombas continuam a cair, continuam a morrer pessoas e, portanto, a tragédia continua. Todos desejaríamos era que de facto, as Nações Unidas tivessem uma reforma que não lhes impusesse esta ditadura do consenso ou que não tivesse este poder de veto que é absolutamente paralisante, e que as coisas pudessem andar mais depressa e serem mais ágeis", declarou o responsável.
Pedro Neto espera que seja possível "retomar um cessar-fogo", e que o próximo seja "mais duradouro, mais definitivo e que possa criar também lugar este espaço de consenso para o diálogo sobre as causas profundas deste conflito".
A votação de uma nova resolução por um cessar-fogo na Faixa de Gaza foi adiada de novo, para esta sexta-feira. De acordo com a Reuters, optou-se pelo adiamento após a Rússia e outros países com assento no Conselho de Segurança se queixarem, durante as negociações, das alterações feitas para agradar aos Estados Unidos. Os EUA já manifestaram que estão prontos para apoiar a nova versão da resolução.