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A Rússia vai iniciar ensaios clínicos de uma vacina contra a Covid-19 em 50 soldados que se ofereceram para participar nos testes. O anúncio foi feito, esta terça-feira, pelo Ministério da Defesa.
"Para verificar a segurança e eficácia da vacina, 50 militares, incluindo cinco mulheres, voluntariaram-se para participar nos ensaios clínicos", afirmou o Ministério num comunicado.
A vacina foi desenvolvida com a participação de especialistas militares do Centro de Investigação Científica n.º 48 do Ministério da Defesa, uma das instalações onde será realizado o ensaio clínico.
Nas últimas 24 horas, 182 pessoas morreram devido à Covid-19 na Rússia, fazendo aumentar o número total de mortos para os 5.037. O número de novas infeções foi de 8.863, subindo o total para as 423.741.
A Rússia continua a ser o terceiro país no mundo com mais contágios, atrás do Brasil e dos Estados Unidos.
Ensaios clínicos começam na quarta-feira
Segundo o comunicado de imprensa do Ministério da Defesa, o primeiro grupo de voluntários entrará na quarta-feira no centro, onde os militares serão submetidos a exames médicos exaustivos antes do início dos testes clínicos.
No dia 26 de maio, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, informou o Presidente russo, Vladimir Putin, que os testes clínicos da vacina serão concluídos antes do final de julho.
O Governo russo anunciou que sete centros científicos no país estão a trabalhar no desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19 e medicamentos para combater a doença, causada pelo novo coronavírus.
No fim de semana, o Ministério da Saúde anunciou o registo do primeiro medicamento específico para o tratamento da Covid-19.
Segundo os investigadores que criaram o medicamento Afivavir, este foi desenvolvido a partir do antiviral japonês Favipivarir, é altamente eficaz contra o novo coronavírus e, a 11 de junho, os hospitais receberão medicamento para 60 mil tratamentos.
"Estamos focados em encontrar um componente farmacêutico para controlar a situação (epidémica). Se obtivermos tecnologia médica com a ajuda de medicamentos, voltaremos ao caminho normal", disse, esta terça-feira, o ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Musrashko, segundo a agência Interfax.
País já realizou 11,1 milhões de testes à Covid-19
O número de novas infeções no país tem vindo a descer lentamente nas duas últimas semanas, em particular em Moscovo, o epicentro da epidemia na Rússia, com mais de metade das mortes.
As autoridades russas indicam terem realizado no total 11,1 milhões de testes à Covid-19.
Explicam a baixa taxa de mortalidade da doença em comparação com a Europa ocidental com a tomada de medidas muito cedo, uma política de rastreio em massa da população e uma reestruturação rápida do sistema hospitalar.
O governo disse também só contar as mortes cuja primeira causa é a Covid-19, enquanto em muitos outros países a quase totalidade das mortes de pessoas positivas para o novo coronavírus são contabilizadas.
No entanto, os críticos questionam a veracidade dos números oficiais.
Contando com uma melhoria tímida da situação, a capital russa reabriu na segunda-feira os seus parques e lojas encerrados há dois meses.
O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a realização a 1 de julho de um referendo sobre a reforma constitucional que lhe permitirá, nomeadamente, efetuar dois mandatos suplementares a partir de 2024. A votação tinha sido adiada devido à epidemia.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 373 mil mortos e infetou mais de 6,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Cerca de 2,6 milhões de doentes foram considerados curados.