O líder do ADN, Bruno Fialho, classificou esta quinta-feira o presidente do Governo da Madeira e cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP às eleições de domingo, Miguel Albuquerque, como "ditador" porque se recusa a governar se não obtiver maioria absoluta.
"É natural que um ditador não queira dialogar, nem queira governar sem maioria absoluta, ele apenas está a mostrar aquilo que é", disse o presidente da Alternativa Democrática Nacional (ADN), para logo acrescentar: "Se quisesse governar no superior interesse dos madeirenses e porto-santenses, ele iria comportar-se como um político adulto, iria sentar-se à mesa com todos e governar a bem de toda esta região".
Bruno Fialho falava aos jornalistas no porto do Caniçal, em Machico, na zona leste da Madeira, no âmbito da campanha do partido para as eleições regionais de domingo, cuja lista é encabeçada por Miguel Pita.
"Nós estamos numa região autónoma. É muito difícil e complicado viver numa região autónoma. As pessoas são muito condicionadas. Existem poderes que vingam aqui, na região autónoma, que, se fosse no continente, a pessoa tinha mais possibilidades de fugir deles", disse o dirigente nacional, que participa nas ações de campanha do ADN hoje e sexta-feira. .
"As pessoas estão muito condicionadas. E, portanto, Miguel Albuquerque fez o que ele está habituado a fazer, que é "eu quero, posso e mando"", disse, para logo reforçar: "Tiques de ditador".
Bruno Fialho apontou o facto de Albuquerque, que é líder do PSD e do executivo regional desde 2015, afirmar sucessivamente que se recusa a formar governo se não obtiver maioria absoluta como uma prova desses "tiques de ditador". .
O líder do ADN disse, por outro lado, que o objetivo da candidatura é eleger mais do que um deputado ao parlamento regional e explicou que o partido pretende "ocupar a lacuna" deixada pelo antigo presidente do executivo madeirense Alberto João Jardim, que governou o arquipélago entre 1978 e 2015, enquanto "visionário". .
"O seu a seu dono: o Dr. Alberto João Jardim foi um grande visionário, fez obras muito importantes na região", disse, vincando que o partido reconhece a sua obra e considera que, desde a sua saída do governo, "deixou de haver pessoas que dinamizem a região".
"O ADN veio cá para fazer isso e o Miguel Pita é nosso cabeça de lista, candidato número um", disse, adiantando que o partido defende uma "governação de diálogo" e virada para o século XXI.
Às legislativas da Madeira de domingo concorrem 13 candidaturas, que disputam os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, os sociais-democratas elegeram 21 deputados e o CDS-PP três deputados parlamentares. O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.