“Quando falamos de Fátima, falamos obrigatoriamente de paz, mas infelizmente a paz é dom que está a faltar”, lamentou esta noite o cardeal D. Américo Aguiar. E, referindo-se à guerra na Ucrânia e na terra de Jesus, acrescentou: “É por isso que queremos pedir à Mãe do Céu, sem baixarmos os braços, o dom da paz para a terra de Jesus, para a Ucrânia e para todos os povos que vivem o flagelo da guerra”.
Perante um santuário repleto de peregrinos, o cardeal português interrogou-se “porque há guerra no mundo?” e “a quem dá jeito e quem fica a ganhar com esta nova guerra?”. E acrescentou: “Não sei responder. Sei que quem fica a perder são as crianças, os jovens, as mulheres, os idosos, os pobres, os últimos, os de sempre.”
D. Américo pediu à Mãe do Céu que, “naquilo que depende de nós, a guerra não aconteça nas nossas famílias, nas nossas terras, nas nossas comunidades, porque às vezes somos nós os agentes da guerra e não propriamente da paz”.
Fátima é de todos e para todos
O cardeal Aguiar, que também foi presidente da Fundação JMJ, recordou a mais recente presença do Papa e o entusiasmo que a JMJ Lisboa gerou em todo o mundo e como, em Fátima, a palavra «todos», ganhou a dimensão da normalidade. Fátima é de todos e para todos. E neste «todos» encontramos Portugal inteiro. De norte a sul e ilhas, D. Américo agradeceu a todos e, na qualidade de bispo eleito de Setúbal, referindo-se à diocese para onde foi nomeado, afirmou “já estou com saudades do futuro!”.
Numa alusão à beleza da procissão, num mar de luz e milhares de peregrinos reunidos numa noite extraordinariamente aprazível, D. Américo Aguiar terminou a sua homilia com um convite: “A noite da procissão das velas pede-nos silêncio. Rezar e escutar é o que Deus espera por cada um de nós. Que seja uma noite de oração e de escuta e peçamos a paz para todos, todos, todos”.