França admite decretar estado de emergência para travar violência
02-12-2018 - 09:43

“Os culpados desta violência não querem mudanças”, diz o Presidente francês, que convocou para este domingo uma reunião de urgência na sequência dos protestos dos "coletes amarelos".

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O Governo francês diz-se chocado com a violência que tomou conta de Paris, sobretudo no sábado. “O que se passou hoje em Paris não tem nada a ver com a expressão pacífica de uma cólera legítima”, defendeu o Presidente Emmanuel Macron no sábado, numa comunicação aos jornalistas.

Em Buenos Aires, onde participa na conferência dos G20, Macron afirmou que “nada justifica o ataque às forças policiais, que o comércio seja pilhado, que os edifícios públicos e privados sejam incendiados, que os jornalistas sejam ameaçados ou que o Arco do Triunfo seja corrompido”.

Depois de um sábado de extrema violência e fortes confrontos em Paris, o chefe de Estado francês conclui que “os culpados desta violência não querem mudanças, não querem qualquer melhoramento, querem o caos”.

Convocou, por isso, para este domingo uma reunião de emergência e tudo está em aberto. À mesma mesa vão sentar-se, além do Presidente, o primeiro-ministro e ministro do Interior.

O objetivo é travar os conflitos entre polícias e civis de coletes amarelos. Nesta altura, está tudo em aberto em França, incluindo o estado de emergência – como admitiu, na última noite, o ministro do Interior, Christophe Castaner, em declarações à BFM TV.

“Tudo o que possa garantir a segurança de pessoas e bens será bem-vindo. Não tenho tabu sobre isso. Estou pronto para assistir a tudo, depois de ter assistido ao vandalismo contra carros e contra o comércio”, afirmou.

O país tem assistido aos piores confrontos da última década, com milhares de pessoas nas ruas a lançar o caos. Há lojas, caixotes do lixo e viaturas incendiadas.

Só no sábado, foram detidas 400 pessoas e mais de 100 ficaram feridas. Protestam contra o aumento do preço dos combustíveis e o alto custo de vida no país.

A instabilidade interna obrigou Emmanuel Macron a adiar a partida para a Polónia, onde arranca este domingo a reunião mundial sobre o clima – COP24.