O vice-presidente da Frente Cívica, João Paulo Batalha, considera a escolha de João Galamba para ministro das Infraestruturas "um risco".
"Mais uma vez temos uma pessoa num cargo político que já traz sinais de alarme pela gestão que fez", argumenta João Paulo Batalha em declarações à Renascença, aludindo ao envolvimento de João Galamba numa investigação do Ministério Público a alegadas irregularidades na concessão à exploração de lítio em Montalegre, assim como a eventuais favorecimentos ao consórcio EDP/Galp/REN para o milionário projeto do hidrogénio verde para Sines.
Esta nomeação é "desagradável, porque, sem as questões energéticas resolvidas, a promoção de João Galamba pode ser vista como uma forma de tensão com o sistema judicial".
Para João Paulo Batalha é "mais delicado fazer uma investigação que envolve um ministro do Governo" e há, também, "o risco do processo evoluir de uma forma que comprometa não só o ministro como também o Governo".
A Associação Frente Cívica considera que "António Costa tem revelado nas suas sucessivas remodelações governamentais, que valoriza a proximidade política e a confiança pessoal acima de outras considerações, nomeadamente considerações de risco reputacional relacionadas com eventuais irregularidades ou até situações de potencial abuso/violação da lei que tenha ocorrido no currículo das pessoas que nomeia".
O primeiro-ministro, António
Costa, decidiu dividir em dois o Ministério das Infraestruturas e Habitação,
entregando as Infraestruturas a João Galamba, atual secretário de Estado da
Energia e do Ambiente.
A pasta da Habitação leva à elevação da secretária de Estado - Marina Gonçalves - a ministra.