O indicador de velocidade do avião da Lion Air que caiu no mar de Java já apresentava falhas nos últimos quatro voos. A informação foi avançada esta segunda-feira pelo Comité Nacional de Segurança nos Transportes da Indonésia e confirma os relatos dos passageiros dos voos anteriores.
O chefe do Comité Soerjanto Tjahjono, disse em conferência de imprensa, em Jacarta, que os dados recolhidos através da consulta das caixas negras “são consistentes” e dizem respeito aos valores “erráticos” dos indicadores de velocidade e de altitude que se registaram nas últimas quatro viagens que o aparelho efetuou.
Trata-se da primeira informação obtida através da consulta das caixas negras e que foi divulgada logo após uma reunião particularmente emotiva entre os familiares das vítimas e um dos fundadores da companhia de baixo custo indonésia Lion Air e que foi organizada pelas autoridades de Jacarta. Os familiares queixam-se da falta de informações sobre as causas do acidente e pedem o apuramento de responsabilidades.
Soerjanto Tjahjono afirmou também que o estado em que se encontram os restos do avião demonstra “grande velocidade” no momento em que o Boeing se despenhou. “A velocidade com que se despenhou foi suficientemente elevada para libertar uma grande energia. Por isso a fuselagem ficou fragmentada em pequenos elementos”, disse.
Dezenas de elementos das equipas de resgate continuam as buscas no local do acidente na tentativa de encontrarem o aparelho que grava os diálogos do cockpit do avião e que podem ajudar a esclarecer com precisão as causas que levaram o Boeing 737 Max 8 a despenhar-se poucos minutos após a descolagem.
O avião despenhou-se no mar de Java a 29 de outubro com 189 pessoas a bordo.