O governo alemão rejeita as críticas de ineficácia dos sistemas de alerta de mau tempo, depois das piores cheias das últimas décadas no país que, até ao momento, provocaram, pelo menos 160 mortos e mais de 170 desaparecidos.
O Partido Verde, uma das forças da oposição, alega que a catástrofe dos últimos dias vem provar que o país está mal preparado para responder a eventos climáticos extremos.
Mas o ministro do Interior, Horst Seehofer, contrapõe e acusa os críticos de “retórica eleitoral barata”.
Seehofer diz que cabe às comunidades locais decidir como responder a situações desta natureza e lembra que, no sistema político alemão, os estados regionais são responsáveis pela reação a situações de emergência.
“Seria completamente inconcebível que tal catástrofe fosse administrada centralmente a partir de qualquer lugar, é necessário conhecimento da realidade local”, acrescentou o ministro do Interior germânico.
Os sistemas de alerta de inundação enviaram alertas dias antes das fortes chuvas, mas muitos residentes e autoridades locais não foram informados a tempo.
A polémica surge a dois meses das eleições alemãs de onde sairá o sucessor de Angela Merkel, após 16 anos no poder.
Armin Schuster, responsável federal de Proteção Civil, argumenta que a infraestrutura de alerta “não é responsabilidade nossa, mas sim a eficácia com que as autoridades e a população reagiram a esses avisos".
Foram enviados 150 alertas através de todas as ferramentas digitais mas, “em muitos casos, era impossível era impossível prever, mesmo com meia hora de antecedência, quais os lugares que seriam mais atingidos”.
No entanto, outro dos argumentos da oposição, prende-se com a inutilidade destes alertas num quadro em que as cheias deixaram várias regiões do país sem rede móvel.
No terreno, o risco de inundação diminui à medida que o quadro meteorológico vai desagravando.
Na zona de Ahrweiler, na Renânia-Palatinado, as autoridades atualizaram, esta segunda-feira, para 117 o número de mortos.
Na Renânia do Norte-Vestfália, pelo menos 46 pessoas morreram.
Passado o pior da catástrofe, o passo seguinte é limpar e reconstruir.
Uma das prioridades é o fornecimento de água potável, uma vez que em algumas áreas inundadas, a reparação das canalizações ainda será demorada.
O governo federal vai avançar com um pacote de apoio à reconstrução de cerca de 400 milhões de euros.