O Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu este sábado “plena adesão” ao cessar-fogo entre Israel e militantes do Hamas, na Faixa de Gaza, tendo saudado o acordo e reconhecido o “importante papel” de atores como o Egito.
“Os membros do Conselho de Segurança saudaram o anúncio de um cessar-fogo iniciado em 21 de maio e reconheceram o importante papel que Egito, outros países da região, ONU, Quarteto do Médio Oriente e outros parceiros internacionais desempenharam neste aspeto. O Conselho de Segurança apelou para a plena adesão ao cessar-fogo”, refere um comunicado hoje emitido pelo órgão das Nações Unidas.
No documento, os membros do Conselho de Segurança lamentaram também a “perda de vidas civis” devido à violência e sublinharam a “necessidade imediata de assistência humanitária à população civil palestiniana”, em particular em Gaza.
O órgão da ONU apoiou também o apelo do secretário-geral, António Guterres, para o trabalho da comunidade internacional junto das Nações Unidas para o desenvolvimento de um “pacote de apoio integrado e robusto para uma reconstrução e recuperação rápida e sustentável”.
“Os membros do Conselho de Segurança enfatizaram a urgência da restauração total da calma e reiteraram a importância de alcançar uma paz compreensiva baseada na visão de uma região onde dois Estados democráticos, Israel e Palestina, vivem lado a lado, em paz, com segurança e fronteiras reconhecidas”, conclui o comunicado.
O cessar-fogo em vigor desde sexta-feira colocou uma pausa na pior escalada de violência em Gaza desde 2014, tendo já provocado pelo menos 243 mortes, incluindo 66 crianças.
O Egito - com o apoio da Jordânia, dos Estados Unidos e da ONU - foi o principal mediador das negociações de paz, sendo o único país que mantém canais diplomáticos abertos com ambas as partes.
As hostilidades tinham começado em 10 de maio com disparos de ‘rockets’ do Hamas contra Israel em “solidariedade” com as centenas de palestinianos feridos em confrontos com a polícia israelita na Esplanada das Mesquitas, terceiro local santo do islão junto ao lugar mais sagrado do judaísmo, localizado em Jerusalém Oriental.
Após aqueles primeiros tiros de ‘rockets’, Israel lançou uma operação visando “reduzir” as capacidades militares do Hamas, multiplicando os ataques aéreos na Faixa de Gaza, território sob bloqueio israelita há quase 15 anos.
Nos 11 dias de confronto, foram disparados mais de 4.400 foguetes desde Gaza contra Israel, que respondeu com mais de 1.600 ataques aéreos tendo por alvo posições do Hamas.