O inquérito ao navio da Marinha "NRP Mondego" concluiu que havia condições para levar a cabo a missão, que 13 militares rejeitaram realizar alegando falta de segurança, afirmou esta sexta-feira o Presidente da República, que mantém a confiança no chefe de Estado Maior da Armada, o almirante Gouveia e Melo.
"Foi decidido proceder a um inquérito, o inquérito está concluído e o inquérito permitiu apurar que não havia razões suficientes que determinassem a não execução da linha definida de comando pelo responsável máximo do navio", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, que está na Madeira para participar no Congresso da Associação de Juízes.
Em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa, que também é comandante supremo das Forças Armadas, diz que agora vai aguardar o desenrolar do processo.
"Estamos a falar de um processo que está em curso. Estamos num estado de direito democrático e deve respeitar-se isso mesmo. Fez-se o que se devia ter feito: verificar as circunstâncias de facto, ouvir os envolvidos e depois atuar em conformidade."
Marcelo Rebelo de Sousa fez ainda questão de sublinhar que mantém confiança no almirante Gouveia e Melo, chefe do Estado-Maior da Armada.
"O Presidente da República e comandante supremo das Forças Armadas é que nomeia as chefias militar e, portanto, um chefe militar que está em funções tem a confiança do Presidente da República, além de ter a do Governo que é quem propõe a nomeação", declarou.
Marcelo Rebelo de Sousa também destacou a importância da disciplina no seio das Forças Armadas.
"Nas Forças Armadas o princípio da disciplina é muito importante, eu só não me pronuncio sobre essa matéria porque espero pela conclusão do processo em curso, para quem de direito competente sobre a matéria vir a decidir", afirmou o Presidente da República.
Treze militares do navio "NRP Mondego", que está na Madeira, recusaram último sábado realizar uma missão, alegando falta de condições de segurança da embarcação.