Dois meses depois, Marcelo Rebelo de Sousa regressa ao Brasil, para participar nas comemorações oficiais do bicentenário da independência.
A última visita em julho ficou marcada pelo “desconvite” do Presidente brasileiro para um almoço, facto que gerou muita polémica, mas que Marcelo desvalorizou, dizendo mesmo que "abriu-se o apetite para futuros encontros" e que "não há nada como isso".
Esta terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa chega a Brasília à tarde e segue para o Palácio do Itamaraty para um encontro com Jair Bolsonaro, antes da receção que o Presidente brasileiro oferece aos convidados para as comemorações.
Bolsonaro convidou os chefes de Estado da CPLP para a comemoração dos 200 anos da independência, mas apenas três vão estar presentes: o português e os de Cabo Verde e da Guiné-Bissau.
Nesta visita oficial que acontece a pouco menos de um mês das eleições presidenciais brasileiras, Marcelo vai marcar presença apenas nos eventos oficiais das comemorações do bicentenário. Assiste na tribuna de honra ao desfile cívico-militar do 7 de Setembro e, no dia seguinte, no Congresso, participa na sessão solene no plenário da Câmara dos Deputados.
Marcelo vai ainda manter encontros com a comunidade portuguesa em Brasília e no Rio de Janeiro, numa receção no Navio Escola Sagres que está no porto do Rio até ao dia 10 de setembro.
Comemorações e campanha eleitoral
A menos de um mês da primeira volta das presidenciais, a tensão política no Brasil está em crescendo com várias acusações a Bolsonaro por parte de muitos que detetam um aproveitamento das comemorações da independência para fazer campanha eleitoral.
O Presidente brasileiro e recandidato a novo mandato já anunciou que, no dia 7 de setembro, depois do desfile em Brasília, vai para o Rio de Janeiro onde tem um forte apoio da população. "No dia 7, estarei pela manhã em Brasília, com o povo na rua, com a tropa desfilando. Às 16h00 do 7 de setembro, pela primeira vez, as nossas Forças Armadas e as nossas irmãs, forças auxiliares, estarão desfilando na praia de Copacabana ao lado do nosso povo", anunciou, já no mês passado.
Para além do desfile em Brasília, que segundo a imprensa brasileira vai contar com alguns tratores de empresários agrícolas, Bolsonaro quer aproveitar o feriado da independência para dar uma imagem de força da sua campanha. Segundo o jornal "Folha de São Paulo", o Presidente está a mobilizar empresários e líderes evangélicos para garantirem muita gente nas manifestações.
Segundo a última sondagem conhecida este fim de semana, Jair Bolsonaro está a 13 pontos de Lula da Silva, o ex-Presidente brasileiro, que lidera as intenções de voto com 45 por cento contra 32 do atual Presidente.
A primeira volta das eleições presidenciais está marcada para dia 2 de outubro.